Indo direto ao ponto é preciso entender que tudo aquilo de errado que se faz escondido, por sua natureza é considerado pecado. Desde as pequenas traquinices e travessuras que crianças, jovens e adolescentes fazem com suas más companhias, longe dos pais, até as ilícitas atitudes que os adultos fazem, longe dos olhares humanos, cada uma, independente da sua gravidade, irá contribuir na fatura final que nos será apresentada no dia do juízo. Temos duas saídas. Fazemo-nos de espertos e vamos praticando uma vida toda planejada no que diz respeito aos comportamentos que desagradam a Deus ou, fazemo-nos humildes e reconhecedores de nossa miséria e vamos praticando uma vida toda voltada para servir e agradar a Deus. Uma terceira saída não existe. Jesus disse que não podemos agradar a dois senhores, ponto final. Então, como vemos, não é possível inventarmos um caminho que seja nosso para podermos gozar os prazeres do mundo, vivermos segundo nossa vontade e ainda sermos agradáveis aos olhos de Deus. Não vai dar certo pensar e agir assim. Quem é amigo do mundo se faz inimigo de Deus, está escrito na carta de São Tiago 4,4.
Pois bem, pecar com intenção de se confessar de nada adianta. E o próprio Deus, num de seus colóquios com Santa Catarina de Sena lhe confirmou: “quem peca com intenção de se confessar não espere de mim, nem o perdão e nem a misericórdia”. E não é para se assustar pois a pessoa vai confessar o que se não está arrependida? Será uma confissão sacrílega com absolvição inválida e o motivo é muito simples: não existe arrependimento, o pecado foi premeditado. E enquanto planejado este pecado a ele foi anexado várias justificativas para endossa-lo o que no fundo, nada mais é do que um gesto para arrumar alguma desculpa esfarrapada para se cometer o erro. Ainda mais grave, é importante lembrar, que esses erros que estão sendo planejados, afastam a pessoa da renúncia pedida por Jesus para a salvação de cada um (Lucas 9,23), e demonstram com isso que a pessoa se acostumou com o pecado, tornou o pecado uma obstinação e um objeto de estimação, sendo necessário muito mais violência, para recuperar seu coração, alma e mente, que espontaneamente foram entregues aos domínios malignos. E a palavra espontaneamente se encaixa muito bem na questão porque as pessoas insistem em entrar em debate com as tentações do inimigo e acabam convencidas a pecar, ao caírem nessas tentações. Depois, ao verem os resultados, felizmente algumas se arrependem, mas, infelizmente, outras saboreiam o prazer sentido e se afiliam à rebeldia de satanás.
Um dos grandes problemas humanos é exatamente este, quando se fala das relações espirituais, o homem quer a todo o custo confortar seu coração, alegrar sua mente e satisfazer o seu corpo, mas, corre em direções erradas nesta busca desenfreada e o seu desespero e ânsia em encontrar o que procura fica sujeito a ceder as ofertas e soluções mais rápidas, fáceis e que se moldem aos seus desejos. E o “seja feita a vossa vontade” é passado para trás.
Como vemos, temos a possibilidade de escolhermos, mas não temos licença para pecar (Eclesiástico 15,20-21), até porque, se devemos ser imitadores de Cristo (1ª Coríntios 11,1), precisamos afastar de nossa natureza, que é santa, pois foi criada por mãos santas, ou alguém vai dizer que um grande artista famoso que esculpiu uma grande obra de arte em mármore o fez não por suas qualidades e esta obra não tem relação com ele? Claro que não, muito mais em relação a Deus. Por isso, se existe algo que devemos fazer é viver segundo os planos de Deus, não segundo nossos planos, porque nossos planos podem ser corrompidos por nossa concupiscência e pelas tentações, já os planos de Deus estão acima do mal para cada um de nós. Aguentemos firmes, seguremos as pontas, como diz o apóstolo todo o sofrimento desta vida não tem comparação com as alegrias que nos foram preparadas no céu. Se o que nos espera na eternidade celeste for compreendido e desejado, todo o resto não passará de mera insignificância. Satanás quer o contrário para nós, nos quer felizes no agora e com ele no depois. Deus, ao contrário do demônio, nos quer felizes agora em meio a toda tribulação pois sabemos que depois, se conformados a Ele, viveremos a gloria dos céus.
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fonte: Jefferson Roger
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