Disse São Paulo aos coríntios em sua primeira carta no capítulo treze, versículo onze: “quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança”. De cara, caros leitores, o que estamos vendo aqui nada mais é do que um apontamento para o amadurecimento do intelecto e da razão humana. Criancices, meninices e infantilidades, colocadas em termos espirituais, pretendem colocar a pessoa num estado contínuo de alguém que só quer saber de farras e prazeres sem nenhum compromisso assumido em sua trajetória de vida. E não é assim que muitos pecados agem na vida das pessoas? Basta uma rápida olhada para se perceber que nenhum pecado tem em sua “embalagem” um rótulo diferente daquele que diz “beba, coma, divirta-se e faça o que tem vontade”. Ora bolas, os pecados se comportam como aqueles fabricantes que para venderem seus produtos omitem muitas informações a respeito de substâncias que são prejudiciais à saúde. E assim, exatamente como na vida humana natural, o excesso daquilo que é prejudicial para o corpo irá somatizar e irá emergir em forma de doença, no lado espiritual de nossa existência nada é diferente. Os pecados mortais são o resultado de vários pecados veniais, vários pecadinhos aos quais não se dão a devida importância. Depois que o vício se instalou na psique humana e no coração, a libertação dessa escravidão cobra um preço altíssimo, sem falar nas recaídas. Jesus sobre elas disse que cobram um preço sete vezes maior. E na monotonia do ataque demoníaco, que busca apenas penetrar nossas fraquezas, ele vai em suas tentações convencendo que os pecados nos livram das dores da vida e nos premiam com as alegrias do mundo. Vejam só, é isso mesmo que acontece. De fato, eles nos trazem as alegrias do mundo; porém, o probleminha aí, o detalhezinho que está escrito lá nas linhas de rodapé com letrinhas bem pequenas, é que eles estão na contramão de tudo que Deus nos apresenta como meio de vida se quisermos receber a glória dos céus. A satisfação que o pecado dá é entorpecente, como qualquer droga que atua no corpo e no intelecto. E da mesma maneira, cada vez são necessárias doses maiores. Dessa forma, cada vez o diabo dá menos e cobra mais, na medida em que a pessoa se perde. É preciso, como diz São Paulo, compreender que as diferentes épocas da vida apresentam suas peculiaridades. O ontem não existe mais, o amanhã não existe ainda, Deus nos concedeu o hoje. O ontem pode nos condenar, mas pode nos libertar através da contrição e dos sacramentos. O amanhã pode servir para não cometermos os mesmos erros passados. O hoje é o momento de viver a plenitude dita na bíblia, porque se no próximo instante essa vida terminar, como nos apresentaremos diante do Cordeiro que tira o pecado do mundo? Do justo juiz (Apocalipse 22,12)? Fonte: Jefferson Roger
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