Tudo depende da disposição do penitente. Podemos entrar na recepção do sacramento da confissão num estado de graça maior do que podemos sair. Podemos sair com o mesmo grau ou ainda, o que é o ideal, num grau maior. Isso quem nos ensina é São Tomás de Aquino. Todavia, como vemos, existe a possibilidade de que a absolvição seja inválida, caia no vazio. Isso ocorre porque recebemos a graça na medida da abertura de nosso coração. A graça de Deus é a mesma derramada sobre todas as pessoas, mas cada um se dispõe a recebe-la conforme sua disposição. O mesmo, infelizmente, ou poderíamos até dizer, desgraçadamente, para sermos exigentes e imitadores do Cristo, acontece com nossas orações. Certa vez, em certo lugar do mundo, onde ocorrem as aparições, eis que um grupo de fieis acompanhavam o vidente em oração enquanto aguardavam o momento que a mãe de Deus desceria mais uma vez para falar com os filhos do altíssimo. O tempo de duração dessas orações aproximou-se de três horas. Quando chegou o momento da aparição, surge a Virgem Maria e, segundo relato posterior do vidente, ela estava com um semblante sério que aparentava certa dose de tristeza e descontentamento. Então lhe foi perguntado o porquê de sua feição estar com aqueles traços, ao passo que ela respondeu: Me sinto triste porque vocês rezaram por três horas em vão, porque não rezaram com o coração, queriam apenas juntar minutos após minutos sem verdadeira intenção no coração. Em outra ocasião, noutra parte do planeta, ela também disse: vocês não estão rezando direito, por isso não têm consciência de seus pecados. O recado em verdade vem do alto. A oração e os sacramentos servem à um propósito. Se essas práticas fogem à regra dada por Deus, certamente seus benefícios não serão sentidos na potência, presteza e eficácia esperada. Por quê? Por causa da disposição do penitente, se lembra? Orações onde se pedem coisas que não se recebem por elas e sacramentos que se recorrem sem pré-requisitos preenchidos só poderiam “bater” no vazio mesmo. São Paulo nos adverte e dá uma pista a esse respeito; ele diz que de nada adianta. De nada adianta o que? Fazer as coisas se não existir o amor. Se o amor não for um dos ingredientes da vida já está decretado de que “nada adianta”, tudo termina no vazio; e como Deus é amor no reino dos céus não entrará uma pessoa sequer que não tenha vivido e praticado o amor nos moldes do amor daquele que deu sua vida pelo irmão. Fonte: Jefferson Roger
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