quarta-feira, 3 de julho de 2019

Sua oração está caindo no vazio? Tua absolvição também?

Tudo depende da disposição do penitente. Podemos entrar na recepção do sacramento da confissão num estado de graça maior do que podemos sair. Podemos sair com o mesmo grau ou ainda, o que é o ideal, num grau maior. Isso quem nos ensina é São Tomás de Aquino. Todavia, como vemos, existe a possibilidade de que a absolvição seja inválida, caia no vazio. Isso ocorre porque recebemos a graça na medida da abertura de nosso coração. A graça de Deus é a mesma derramada sobre todas as pessoas, mas cada um se dispõe a recebe-la conforme sua disposição.

O mesmo, infelizmente, ou poderíamos até dizer, desgraçadamente, para sermos exigentes e imitadores do Cristo, acontece com nossas orações. Certa vez, em certo lugar do mundo, onde ocorrem as aparições, eis que um grupo de fieis acompanhavam o vidente em oração enquanto aguardavam o momento que a mãe de Deus desceria mais uma vez para falar com os filhos do altíssimo. O tempo de duração dessas orações aproximou-se de três horas. Quando chegou o momento da aparição, surge a Virgem Maria e, segundo relato posterior do vidente, ela estava com um semblante sério que aparentava certa dose de tristeza e descontentamento. Então lhe foi perguntado o porquê de sua feição estar com aqueles traços, ao passo que ela respondeu:

Me sinto triste porque vocês rezaram por três horas em vão, porque não rezaram com o coração, queriam apenas juntar minutos após minutos sem verdadeira intenção no coração. Em outra ocasião, noutra parte do planeta, ela também disse: vocês não estão rezando direito, por isso não têm consciência de seus pecados.

O recado em verdade vem do alto. A oração e os sacramentos servem à um propósito. Se essas práticas fogem à regra dada por Deus, certamente seus benefícios não serão sentidos na potência, presteza e eficácia esperada. Por quê? Por causa da disposição do penitente, se lembra?

Orações onde se pedem coisas que não se recebem por elas e sacramentos que se recorrem sem pré-requisitos preenchidos só poderiam “bater” no vazio mesmo. São Paulo nos adverte e dá uma pista a esse respeito; ele diz que de nada adianta. De nada adianta o que? Fazer as coisas se não existir o amor. Se o amor não for um dos ingredientes da vida já está decretado de que “nada adianta”, tudo termina no vazio; e como Deus é amor no reino dos céus não entrará uma pessoa sequer que não tenha vivido e praticado o amor nos moldes do amor daquele que deu sua vida pelo irmão.


Fonte: Jefferson Roger

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