terça-feira, 12 de maio de 2020

A doutrina do medo



O medo é algo conhecido por todos, para certos tipos desse sentimento podemos dizer até que de maneira “saudável” ele é benéfico, pois instiga as pessoas a serem prudentes. Se você não sabe nadar, certamente o medo de morrer afogado o impedirá de se atirar numa lagoa profunda para tentar atravessar a nado. Este tipo de medo exemplificado não denota da pessoa que o sente como uma atitude covarde; ao contrário existe uma reação de prudência.

O importante para nossas vidas é colocarmos os medos certos em seus devidos lugares. Isso muitas vezes não acontece porque o estereótipo que aponta para “medo ser falta de coragem” acaba por conduzir pessoas ao erro, falando-se aqui em termos de atitudes. O sujeito confunde o tipo de medo que está sentindo, que pode ser muito oportuno para a ocasião, e reage de forma imprópria. Vamos a mais um exemplo?

A pessoa alega não ter medo de morrer e por isso dirige seu carro de modo imprudente. Possivelmente ela tenha esse medo, mas, como seu ego exige que ela prove a si mesma que não tem, passa a agir de forma incompatível com a natureza da ocasião. Sua tolice vã coloca em risco outras vidas no trânsito. Todos nós sabemos muito bem como o trânsito mata ao redor do mundo.

O medo parece ser sempre um sinal de alerta, assim como a febre. Ninguém costuma ignorar a febre, pois ela indica que algo está errado, é preciso providências. O medo também age assim, nos alarma sobre algo ou alguma coisa. Espiritualmente falando, sabemos da contrição perfeita (pesar sincero de perder o céu e ser condenado ao inferno) e da atrição ou contrição imperfeita (pesar de perder o céu por medo de ser condenado ao inferno e não porque se perderá o convívio com Deus). Um representa o “medo” de se perder a Deus, o outro representa o “medo” da consequência. Felizmente para todos o Deus Misericordioso “aceita” as duas formas de arrependimento – colocando evidentemente suas ressalvas – e sobre elas legisla de forma apropriada. Nem poderia ser diferente, ele é todo poderoso, o Deus do impossível, onisciente e onipresente.

Como lemos na bíblia Deus pode tirar algo bom de algo ruim; sendo assim o sentimento de sensações ruins – o medo – integrante da natureza humana pode e vai resultar em cada pessoa um saldo positivo. Basta voltarmos nossos olhares para os dons do Espírito Santo para que compreendamos qual fruto em nossas vidas a oportunidade desses medos nos permitirão colher. João 14,1 e 27 – “Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize!”

 

Fonte: Jefferson Roger

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