Vamos mais longe: cada um tem o seu jeito. Por isso, desde os princípios históricos a humanidade percebeu a necessidade de se criarem leis. Pois bem, logo se viu que as pessoas não podem sair por aí a fazer tudo do jeito que bem entendem, como querem, quando querem e à sua maneira. Vários acontecimentos mundo afora relataram na prática que isso não funciona. Eis que surgiram as leis. Os códigos civis, os códigos penais, as normas e regulamentos das instituições, normas morais, éticas e de conduta civil, de trânsito, financeiras e assim por diante. Infringi-las acarretam consequências.
O que dizer então, já que somos um composto de corpo e alma, de nossa parte espiritual? Ora bolas, sabemos desde bom tempo da existência do decálogo. Como seria bom que só os dez mandamentos bastassem... Todavia, nossa parte espiritual também é regida por “normas e regras”: a palavra de Deus. Os ensinamentos divinos, que visam nos formar na santidade, cuidam de nos colocar nos eixos, no caminho da salvação, deixado por Jesus Cristo.
Se na vida em sociedade não se pode, apesar de cada um ter o seu jeito, fazer o que quiser, quem dirá em relação à salvação das almas. Vamos a um exemplo prático? São sempre muito uteis. Vejamos.
Um dos maiores tesouros deixado por Jesus em sua Igreja (Mateus 16,18), a santa missa e a santa eucaristia. Acontecimento sacratíssimo que une o céu a terra, fonte de graças e convívio com o Deus vivo, sem dúvida, presente dos céus. Sendo assim, a igreja, tutora dos sacramentos e responsável por colocar ao mundo o mandato evangélico de Jesus, em sua sabedoria inspirada pelo Espírito Santo de Deus, criou em seu magistério, pautado na bíblia e na tradição, normas, leis e regras para que esse acontecimento augustíssimo aconteça da forma mais célebre possível. Criou para isso, entre seus documentos o Missal Romano e sua Instrução Geral.
Dessa forma, tanto faz o jeito de ser de cada padre, pois a missa não é dele, é de propriedade do Senhor, não importa assistir a missa do padre “X” ou do padre “Y”. O propósito, os efeitos e a eficácia da missa não podem, de maneira alguma, sofrerem e serem prejudicadas pelo “jeito de um padre”. Que bom que existe esse cuidado da mãe igreja para com seus fiéis, mas que pena que alguns padres colocam tudo isso para debaixo do tapete chamado egoísmo e interesses próprios e vaidosos. Ademais, o código de direito canônico diz que nenhum costume pode ser imposto como forma de lei. Nada de párocos coagirem a comunidade dizendo que agora vai ser do meu jeito, que cada padre tem um jeito, que vai ser como eu quiser. Nada disso, ele não é um senhor feudal, um tiranete, ele está sob a tutela do bispo, do magistério e de Deus. Pode, no entanto, administrar uma paróquia ao seu jeito, mas até certo ponto e isso não se aplica as celebrações litúrgicas e os sacramentos. Existem modos definidos pela igreja para a parte sagrada muito mais do que para a parte institucional.
Enfim, as obras de cada um servirão no dia do julgamento. A bíblia diz que devemos ser imitadores do Cristo, quem dirá um padre deve seguir esse exemplo e obedecer as normas da igreja para qual ele serve a Deus? É preciso sempre saber o que é certo e não ceder às imposições dos maus padres. É fácil não concordar, mas aceitar o que é errado, difícil é lutar por aquilo que é certo quando o modernismo em forma de maus padres é admitido para dentro das igrejas e o povo, por falta de conhecimento, vai se perdendo.
Fonte: Jefferson Roger
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