quarta-feira, 20 de maio de 2020

Nós não somos vírus



O atual papa disse que a Igreja deve ser uma Igreja Missionária, de saída, que vai pelo mundo a peregrinar e levar a boa nova do evangelho. E o povo aplaude e cita sua fala em prol dessa mensagem, exaltando o sumo pontífice e aplaudindo-o. Muitos esquecem, porém, que essa fala não é novidade nenhuma, foi o fundador da Igreja – Mateus 16,18 – que pronunciou essa sentença. Jesus mandou sair em missão os apóstolos e depois, antes de sua ida para a glória do Pai, oficialmente deixou esse mandato.

Mateus 28,19-20 – “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.”

Bom, de certa forma o que o papa fez e faz (esperemos) é ecoar o que Jesus nos mandou e ainda manda fazer, já que disse que está conosco até o fim do mundo. Ele quer que a boa nova se espalhe, alcance todos os confins, torne-se global. E por falarmos em global, vivemos a globalização de um novo ataque viral: a pandemia do coronavirus.

Uma pandemia que desafia toda a normalidade em que vivíamos. Agora, em tempos em que as pessoas estão mais acirradamente procurando a Deus em sua “casa de oração” (a igreja), os dirigentes dessa igreja, membros do corpo de Cristo que agem como se fossem a cabeça deste corpo, estão mandando, não a igreja sair em missão, mas os fiéis a saírem para longe dela.

Nada de entrar na igreja, Jesus foi aprisionado no Santíssimo, quem quer visitá-lo que se contente com os meios de comunicação ou procure aquelas igrejas em suas cidades em que os sacerdotes, verdadeiros servos de Cristo ao seu serviço, estão mantendo-as abertas para orações e visitas a Jesus Cristo. Ao contrário dos padres que transformaram Jesus num bibelô, num bichinho de estimação (Jesus é só meu, não abro a igreja, estou usando ela para meus interesses), estes presbíteros comprometidos com a salvação das almas, pessoas muitas vezes anônimas na mídia e nas redes sociais, são as verdadeiras pérolas do deserto que vemos no evangelho. Assim é que deve ser, temos que diminuir e dar a Jesus o primeiro lugar.

 

Fonte: Jefferson Roger

Nenhum comentário:

Postar um comentário