domingo, 14 de junho de 2020

Da utilidade das adversidades



Lemos na bíblia em Habacuc 2,9 que “Ai daquele que procura lucros criminosos para a sua casa, e que quer colocar bem alto o seu ninho, para escapar ao golpe da adversidade!” Também aprendemos em Eclesiástico 10,29: “Não te orgulhes do trabalho que fazes, não sejas indolente no tempo da adversidade.” Um pouco mais adiante em Eclesiástico 12,8 aprendemos que “O amigo não se conhece durante a prosperidade, e o inimigo não se pode esconder na adversidade.” Ademais, precisamos em momentos assim sermos fortes – Provérbios 24,10 – “Se te deixas abater no dia da adversidade, minguada é a tua força. E essa força devemos pedi-la a Deus – Salmos 137,7 – “Em meio à adversidade vós me conservais a vida, estendeis a mão contra a cólera de meus inimigos; salva-me a vossa mão.” Todavia, sempre é feita a vossa vontade e por amor ele nos corrige também nas adversidades: 2ª Macabeus 6,16 – “Assim, não nos retire ele jamais a sua misericórdia e não abandone seu povo, no momento em que o corrige pela adversidade!”

O padre Tomás de Kempis nos recorda que “bom é passarmos algumas vezes por aflições e contrariedades, porque frequentemente fazem o homem refletir, lembrando-lhe que vive no desterro e, portanto, não deve por sua esperança em coisa alguma do mundo. Bom é encontrarmos às vezes contradições, e que de nós façam conceito mau ou pouco favorável, ainda quando nossas obras e intenções sejam boas. Isto ordinariamente nos conduz à humildade e nos preserva da vanglória. Porque, então, mais depressa recorremos ao testemunho interior de Deus, quando de fora somos vilipendiados e desacreditados pelos homens. Por isso, devia o homem firmar-se de tal modo em Deus, que lhe não fosse mais necessário mendigar consolações às criaturas. Assim que o homem de boa vontade está atribulado ou tentado, ou molestado por maus pensamentos, sente logo melhor a necessidade que tem de Deus, sem o qual não pode fazer bem algum. Então se entristece, geme e chora pelas misérias que padece. Então causa-lhe tédio viver mais tempo, e deseja que venha a morte livra-lo do corpo e uni-lo a Cristo. Então compreende também que neste mundo não pode haver perfeita segurança nem paz completa.”

Fonte: Jefferson Roger

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