segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Deus em primeiro lugar

 


Começo o artigo com uma exortação do Papa Bento XVI: “Não se deixem intimidar por um ambiente no qual se pretende excluir Deus e no qual o poder e o prazer são os principais critérios que regem a existência”. Esse apontamento não poderia ser mais acertado; infelizmente, seduzidos pela modernidade e a massagem de ego que as redes sociais podem promover com grande facilidade, não são apenas os ambientes seculares que padecem dessa realidade: “A casa de meu Pai” – palavras de Jesus Cristo – também sofre com esse acolhimento por parte do povo de Deus.

Iludidos pelas facilidades do mundo atual e tecnológico as pessoas se permitem o sagrado e o mundano convivendo juntos quando o próprio Cristo disse que não deve ser assim.

Tudo passa a virar desculpa dizendo-se que se faz o que se faz por Jesus. Não é assim! Varrem o segundo mandamento da lei de Deus para debaixo do tapete de suas vaidades. Mateus 7,21-23 – “Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus”!

Vale sempre a máxima de São João Batista descrita em João 3,30 sobre nosso modo de ser em relação ao nosso redentor: “Importa que ele [o Cristo] cresça e que eu diminua”. Por que querer sempre estar em evidência tomando atitudes ou agindo de modo a receber sempre a atenção dos holofotes? Já dizia o Eclesiastes que isso também é vaidade.

O dizer de São Bento está bem alinhado com o que nos recorda São Paulo em sua carta aos Romanos: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito”. Até porque somos lembrados em Atos 5,29 que “importa obedecer antes a Deus do que aos homens”.

Esta é a bandeira comportamental que todo cristão é convidado a erguer. Quando manifestantes saem às ruas de uma cidade para lutar pelas suas ideologias não empunham cartazes, bandeiras e faixas a respeito da causa que defendem? Assim deve ser o cristão, cada pessoa que tem intenção de um dia viver no paraíso, irá acabar cedo ou tarde sendo colocada à prova por Deus, pois ele “não deseja uma multidão de filhos infiéis e inúteis” – Eclesiástico 15,22.

Fonte: Jefferson Roger

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