segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Quando se envolve com o mal



Se alguém se aproximar de você e lhe oferecer um copo de veneno dizendo que agora foi descoberto que veneno faz bem para a saúde, que você pode tomar quantos copos quiser por dia que não irão lhe prejudicar, certamente isso lhe soaria como um absurdo! Se num copo com água for misturado soda cáustica ou algum outro elemento químico de alto poder corrosivo e este copo lhe for entregue para que tome sob pena de que ele é agora uma bebida benéfica, assim, de “bate-pronto” certamente não beberias... Por que?

Todos sabemos que algo ruim em sua forma pura e natural não promove nada de bom. Esse mal precisa ser transformado, convertido, purificado... Assim, por exemplo, são feitos os antídotos contra as cobras e muitas vacinas. A peçonha da serpente assim como o vírus causador de doenças são isolados e manipulados para que disso resulte o antídoto.

E essa é uma atitude da ciência humana que imita a natureza divina; aprendemos nas sagradas escrituras que de um mal Deus pode tirar um bem maior. Todavia, a abrangência do mal infelizmente passa pela questão espiritual do indivíduo. Já que somos um composto de corpo e alma, com esse “invólucro provisório” que temos que devolver ao pó, útil agora para a interação das almas neste vale de lágrimas, o mal em sua condição primária busca em seu esforço que é sempre máximo e constante conduzir nossas almas para a perdição eterna.

Ele leva a sério seu objetivo, até porque sabe do decreto divino e eterno da vitória definitiva do bem contra o mal. Por isso faz o que faz no mundo e seduz a muitos. Padre Amorth sempre disse que com o mal não se deve dialogar, se deve combater. Os santos diziam que o diabo é como um cão acorrentado, não se aproxime dele.

E evitar o mal a todo custo começa por evitar uma de suas fontes: as ocasiões de pecado.

Nossa Senhora disse em suas aparições que aquele que não reza verdadeiramente com o coração não conhece suas fraquezas e seus pecados. O sujeito fica fazendo vista grossa, criando conceitos mais adaptados para sua realidade, posando de “bom samaritano” em seu exterior, correndo atrás de outras experiências fora daquelas que Deus lhe oferece e, inevitavelmente, termina esbarrando com as coisas do diabo, em suas várias formas e variedades. Cai no erro, depois cai em si, mas, tentando libertar-se sem a ajuda de Jesus Cristo (João 15,5), termina na recaída, dita pelo Cristo como uma condição sete vezes pior que o estado inicial. As coisas sempre foram sérias: o mal e o bem não ficam de fora dessa realidade.

Fonte: Jefferson Roger

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