Nossa relação com a cama começa desde a nossa preconcepção.
Nossos pais, unidos pelo matrimônio e abertos à fecundidade querida por Deus,
cooperam com o criador, em nossa vinda ao mundo. Depois, passamos muito tempo
numa cama, nomeada de berço. Do bercinho após alguns anos, ainda solteiros,
ganhamos nossa primeira cama.
Seguimos convivendo com ela até que seja substituída por outra
maior: nossa cama de casal. Em nossa nova realidade, chega a vez de, como
nossos pais, contribuirmos com o criador sendo abertos à fecundidade querida
por Deus. Dessa forma, nossa casa receberá berços e camas de solteiro.
Seguimos convivendo com nossa cama, porém, com o desenrolar
da vida, às vezes adoecemos e precisamos nos deitar em camas diferentes. São as
camas móveis chamadas de macas e depois as camas hospitalares. Algumas vezes é
preciso deitarmos numa cama muito temida: a cama da UTI. Essa é a realidade
possível na vida de todos.
Todavia, além dos sofrimentos e tribulações enviados e/ou
permitidos por Deus, para o crescimento espiritual e no amor, pois afinal
precisamos ser imitadores de Jesus Cristo se almejamos entrar no céu, existe
uma outra realidade mais enfadonha que nos rodeia e, como diz São Pedro em sua
carta: espreitando para nos dar o bote – trata-se do diabo.
O diabo, para quem não sabe, vende colchões e camas. Isso mesmo,
ele possui filiais espalhadas por toda a parte. Algumas camas funcionam 24
horas por dia. Outras funcionam quando todo mundo sai de casa. Algumas são mais
utilizadas durante o dia, naquela escapada durante o expediente. Outras ainda, são
mais usadas aos finais de semana. Existem aquelas que é preciso pagar por um período
para que se possa deitar nelas, um período mínimo ou uma estada de pernoite.
Em vida podemos fazer nossas escolhas, somos livres para
isso. Podemos passar a vida toda deitando onde devemos ou passar a vida toda deitando
onde o diabo quer. Depois, quando o leite já estiver derramado e chegar a hora
final onde quem sabe estaremos deitados em nosso leito de morte, pois é
possível que – por Deus – a morte nem isso nos reserve, o peso de nossas
escolhas nos acompanhará ao cemitério. Então nosso justo juiz irá decretar a
sentença condenatória ou irá pronunciar as palavras tão desejadas por todos que
querem a glória e felicidades eternas no céu: vinde benditos!
Fonte: Jefferson Roger
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