quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Ser mau é a única coisa que sei fazer bem

Somos bons em alguma coisa? Ruins em outras? Bons na maioria delas? Ruins? Pois bem, perguntas que fazem parte de uma reflexão sincera. É sempre fácil enaltecer o melhor e diminuir o pior em nós. Se queremos nos definir como boas pessoas iremos nos comparar com as piores pessoas que conhecemos. Que covardia hein! Assim fica muito fácil, além de injusto.

Ainda bem que acima de todos os julgamentos que fazemos e faremos sobre nós ao longo da vida está o julgamento divino. O critério é dele e muito diferente do nosso e de nada adianta perdermos tempo com reflexões e debates sobre seu modo de ser; se cremos que tudo provém dele, escolhamos acatar ou não, se não cremos que façamos o que pensamos ser certo. Afinal, no fim dos tempos e da vida aqui na terra de cada um, todos irão passar pela descoberta do que vem após a morte. E todos verão se valeu à pena acreditar no que acreditaram.

Sendo assim, será que vale à pena praticar o egoísmo a todo custo em prol dos relativos conceitos que adotamos como certos? Ou é uma rendição a falta de perseverança e humildade em reconhecer que as coisas não são como gostaríamos que fosse. Ademais, ainda corremos o risco de achar que em nossa concupiscência somos majoritariamente maus e exímios nessa prática mas, para piorar, Deus, conforme descrito no antigo testamento, é muito mais exímio malfeitor que nós.

Ao toque de sua vontade se vinga, pune, castiga e impõe muita cobrança e pouca oferta no aqui e agora. Ora bolas viu, se deixarmos o primeiro testamento tomar conta de nossas reflexões iremos criar uma imagem mentirosa de Deus, da religião. Não conseguiremos conceber na mente que o Deus do antigo testamento é o mesmo do segundo.

De fato, é realmente difícil para todos compreender tudo que vem do altíssimo. Parece que entrar no “seu” céu é tarefa apenas para as ovelhinhas cabisbaixas. É experimentar levantar a cabeça, coloca-la para pensar e pronto: começam a aparecer aos olhos as injustiças de Deus. Sem dúvida isso denota uma preguiça imensa porque enquanto a pessoas, boas em fazer o que é mau se debatem em reclamações e reflexões, esquecem que a completude dos ensinamentos divinos abarca uma realidade diferente do que estamos experimentando nessa etapa de nossas vidas eternas.

Fonte: Jefferson Roger

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