A experiência do título deste artigo arrisco dizer que já
foi vivida por todas as pessoas que já se colocaram a rezar. A pessoa pede em
orações muitas coisas, variados tipos de graças e sente na carne, no dia a dia,
que parece Deus peneirar, e com uma peneira muito fina, aquilo que pedimos. A
bíblia diz que não sabemos rezar e pedir como convém, por isso o Espírito Santo
intercede por nós.
Santa Tereza de Jesus, a santa das sete moradas, nos
recorda: “Não chamo oração mexer com os lábios sem pensar no que dizemos, nem
no que pedimos, nem quem somos nós, nem quem é aquele ao qual nos dirigimos.
Algumas vezes poderá acontecer isso a pessoas que se esforçam para rezar bem,
mas será por motivos que se justificam, e será boa a oração. Porém, o costume
de falar à Majestade de Deus como quem fala a um estranho, dizendo o que lhe
vem à cabeça, sem reparar se está certo, por ter decorado ou repetido muitas
vezes, a isso não tenho em conta de oração.”
Pois bem, podemos aferir que paira uma complexidade na vida
humana sobre a questão da oração. Temos que reconhecer que muitas vezes rezamos
mal, temos que nos esforçar mais e compreender como se passa esse diálogo com
Deus, que nunca é democrático. Porém, nas palavras do Padre Ivan Chudzik
podemos nos aproximar um pouco mais dessa realidade que nos cerca:
“Na vida de oração, Nosso Senhor nos dá sempre a Graça, mas
nem sempre nos dá consolação. Se te empenhastes na oração, mas saístes do teu
oratório com a sensação de que fracassastes em rezar bem –, porque não
experimentastes de Deus nenhuma consolação –, não te iludas: muitas vezes, a
Graça se deu justamente pelo fato de teres lutado, mesmo sem nenhuma consolação
sensível, contra as tentações do demônio e as fraquezas da tua natureza.”
Às vezes quando rezamos nos comportamos como as crianças que
pedem brinquedos de presente de Natal e terminam ganhando roupas. Esperneiam,
ficam transtornados, declaram abertamente que queriam outra coisa, é uma
revolta só. Não possuem maturidade suficiente para compreender que recebem o
que precisam em primeiro lugar. Em nossas vidas Deus age assim: sempre vem a
graça e os mimos do altíssimo até são meio raros, para não dizermos outra
coisa.
Sendo assim, sejamos perseverantes na oração, que deve ser
sem cessar segundo nosso redentor; todavia, um comportamento ao modelo do ressuscitado
– 1ª Coríntios 11,1 – configura e completa a realidade do cristão.
Fonte: Jefferson Roger
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