Todo mundo que decide se iniciar nos caminhos que levam até
Deus, dentro de pouco tempo irá descobrir que Deus quis assumir um grande
compromisso com suas criaturas: a expressão dessa iniciativa dele conhecemos
com o nome de aliança. Baruc 2,35 – “Com eles estabelecerei eterna aliança; e
serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”.
Em clemência, no livro de Daniel 3,34, escutamos essa
súplica orante dirigida ao altíssimo: “Pelo amor de vosso nome, não nos
abandoneis para sempre; não destruais de modo algum vossa aliança”. E mais adiante
em Daniel 9,4, o início de outra súplica começa assim: “Supliquei ao Senhor,
meu Deus, e fiz-lhe minha confissão nestes termos: Ah! Senhor, Deus grande e
temível, que sois fiel à aliança e que conservais vossa misericórdia àqueles
que vos amam e guardam vossos mandamentos.
Como vemos, desde o antigo testamento a humanidade tem
conhecimento da eterna aliança que Deus fez com seu povo. Depois, em tempos
distantes daqueles, a vinda de Jesus marca essa renovação em forma da nova
aliança. Aprendemos isso nos evangelhos e depois, o novo testamento transmite
esse conhecimento aos povos da época.
São Paulo aos Coríntios vai dizer: “Eu recebi do Senhor o
que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão
e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é
entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de haver
ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu
sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Assim, todas
as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor,
até que venha”.
E o apóstolo, na carta aos Hebreus, sobre a nova aliança
feita em Jesus Cristo, nos recorda: “os primeiros sacerdotes (os homens), deviam
suceder-se em grande número, porquanto a morte não permitia que permanecessem
sempre. Este, porque vive para sempre, possui um sacerdócio eterno. É por isso
que lhe é possível levar a termo a salvação daqueles que por ele vão a Deus,
porque vive sempre para interceder em seu favor. Tal é, com efeito, o Pontífice
que nos convinha: santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e elevado
além dos céus, que não tem necessidade, como os outros sumos sacerdotes, de
oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro pelos pecados próprios, depois
pelos do povo; pois isto o fez de uma só vez para sempre, oferecendo-se a si
mesmo. Enquanto a lei elevava ao sacerdócio homens sujeitos às fraquezas, o
juramento, que sucedeu à lei, constitui o Filho, que é eternamente perfeito” –
Hebreus 7,23-28.
Sem dúvida, quando a nova aliança exigiu que Jesus sofresse
tudo que se sabe para selar esse compromisso com o povo de Deus, não se imagina
preço maior que alguém pagaria para restaurar a desobediência que aconteceu durante
a época da primeira aliança (e que infelizmente o povo [“cabeça dura” –
Deuteronômio 9,13] continua a desobedecer durante a nova aliança). Todavia, o
Cristo nos alertou que não veio abolir a lei e sim torna-la perfeita. Os mandamentos
não foram abolidos, eles são as tábuas da aliança, prescritas para todos em
todos os tempos. O preço nunca muda ao longo dos séculos e de geração em
geração. Assim como as graças são abundantes e distribuídas a todos segundo a
abertura de coração de cada um, pecados nunca deixaram, tampouco deixarão de
ser pecados.
Fonte: Jefferson Roger
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