segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

O preço da aliança


Todo mundo que decide se iniciar nos caminhos que levam até Deus, dentro de pouco tempo irá descobrir que Deus quis assumir um grande compromisso com suas criaturas: a expressão dessa iniciativa dele conhecemos com o nome de aliança. Baruc 2,35 – “Com eles estabelecerei eterna aliança; e serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”.

Em clemência, no livro de Daniel 3,34, escutamos essa súplica orante dirigida ao altíssimo: “Pelo amor de vosso nome, não nos abandoneis para sempre; não destruais de modo algum vossa aliança”. E mais adiante em Daniel 9,4, o início de outra súplica começa assim: “Supliquei ao Senhor, meu Deus, e fiz-lhe minha confissão nestes termos: Ah! Senhor, Deus grande e temível, que sois fiel à aliança e que conservais vossa misericórdia àqueles que vos amam e guardam vossos mandamentos.

Como vemos, desde o antigo testamento a humanidade tem conhecimento da eterna aliança que Deus fez com seu povo. Depois, em tempos distantes daqueles, a vinda de Jesus marca essa renovação em forma da nova aliança. Aprendemos isso nos evangelhos e depois, o novo testamento transmite esse conhecimento aos povos da época.

São Paulo aos Coríntios vai dizer: “Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim. Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha”.

E o apóstolo, na carta aos Hebreus, sobre a nova aliança feita em Jesus Cristo, nos recorda: “os primeiros sacerdotes (os homens), deviam suceder-se em grande número, porquanto a morte não permitia que permanecessem sempre. Este, porque vive para sempre, possui um sacerdócio eterno. É por isso que lhe é possível levar a termo a salvação daqueles que por ele vão a Deus, porque vive sempre para interceder em seu favor. Tal é, com efeito, o Pontífice que nos convinha: santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e elevado além dos céus, que não tem necessidade, como os outros sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro pelos pecados próprios, depois pelos do povo; pois isto o fez de uma só vez para sempre, oferecendo-se a si mesmo. Enquanto a lei elevava ao sacerdócio homens sujeitos às fraquezas, o juramento, que sucedeu à lei, constitui o Filho, que é eternamente perfeito” – Hebreus 7,23-28.

Sem dúvida, quando a nova aliança exigiu que Jesus sofresse tudo que se sabe para selar esse compromisso com o povo de Deus, não se imagina preço maior que alguém pagaria para restaurar a desobediência que aconteceu durante a época da primeira aliança (e que infelizmente o povo [“cabeça dura” – Deuteronômio 9,13] continua a desobedecer durante a nova aliança). Todavia, o Cristo nos alertou que não veio abolir a lei e sim torna-la perfeita. Os mandamentos não foram abolidos, eles são as tábuas da aliança, prescritas para todos em todos os tempos. O preço nunca muda ao longo dos séculos e de geração em geração. Assim como as graças são abundantes e distribuídas a todos segundo a abertura de coração de cada um, pecados nunca deixaram, tampouco deixarão de ser pecados.

Fonte: Jefferson Roger


 

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