segunda-feira, 12 de abril de 2021

Rezar com calma


Santa Teresa de Jesus dizia que: “não chamo oração mexer com os lábios sem pensar no que dizemos, nem no que pedimos, nem quem somos nós, nem quem é aquele ao qual nos dirigimos. Algumas vezes poderá acontecer isso a pessoas que se esforçam para rezar bem, mas será por motivos que se justificam, e será boa a oração. Porém, o costume de falar à Majestade de Deus como quem fala a um estranho, dizendo o que lhe vem à cabeça, sem reparar se está certo, por ter decorado ou repetido muitas vezes, a isso não tenho em conta de oração”.

Pois bem, como se diz na linguagem popular: está na cara que oração e correria não combinam. Se pararmos para pensar iremos aferir que para que alguma coisa seja bem feita ela precisa ser feita sem pressa. Pressa coloca aquilo que se quer fazer no risco de ser mal feito. Ademais, Deus ouve bem, então não precisamos gritar quando rezamos, Deus tem memória mais que excelente, então não precisamos insistir pela força da repetição, ele já ouviu quando pedimos pela primeira vez.

Em tempos modernos, corridos, onde tudo é para ontem e tempo foi transformado em luxo por conta dos desejos de se fazer e fazer e fazer cada vez mais coisas, as prioridades relacionadas com as coisas do alto acabam sendo encaixadas e até espremidas entre esse e aquele compromisso. Rezar um rosário, que demora mais que uma hora, nem pensar! Uma Ave-Maria que dura cerca de doze segundos já resolve o problema!

Pobre dos apressados se o motivo da pressa coloca Deus e tudo que vem dele em segundo plano.

No livro do Eclesiastes lemos que existe tempo para tudo – isso inclui nosso relacionamento com Deus através das orações. Se existe tempo para tudo por que é que muitos alegam que o tempo lhes falta? A culpa é própria, está relacionada com a lista de prioridades e a desordem em que ela foi criada. Se a oração não é vista como prioritária pouco tempo será destinado a ela e tempo de má qualidade; uma sobra de tempo ou nem isso, um intervalo entre afazeres.

Quando Santa Faustina reclamou para Jesus Cristo a respeito de como as pessoas o ultrajavam e ofendiam e ele nada fazia a respeito, nosso salvador deu a seguinte resposta: “CALMA minha filha, eu terei a eternidade inteira para pratica a justiça”. Perceberam? Jesus valoriza a ‘calma’, sobretudo naquilo que está relacionado com o caminho que ele abriu para percorrermos até o céu. Se estamos com ele (João 15,5) a pressa é dissipada porque queremos saborear do seu amor em nossas vidas, sentimento este que devemos buscar também quando estamos em oração.

Fonte: Jefferson Roger


 

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