Embora o pecado articule e transforme as idolatrias em “novos
deuses”, colocando-as acima do nosso criador, de fato, essas idolatrias
completam desejos menores, que não podem preencher um coração criado para ser preenchido
por aquilo que o mantém seguro nas questões que envolvem a salvação das almas.
Bom, é verdade que tudo nele cabe, o coração pode ser
preenchido e soterrado por muitas coisas, se damos ouvidos ao canto da seria,
sempre convidativo a levarmos uma vida de superficialidades, o amar a Deus
sobre todas as coisas, com todo nosso coração, alma e entendimento, vai sendo
comutado, outras coisas e pessoas vão tomando o lugar de Deus, que deveria vir
em primeiro lugar em nossos corações.
Quer se salvar, tenha Deus no coração, o paraíso na mente e
o mundo debaixo dos seus pés, dizia Santo Antonio Maria Claret.
E Santo Atanásio vai nos dizer que “proclama-se na Igreja um
só Deus, que reina sobre tudo, age em tudo e permanece em todas as coisas (como
lemos em Efésios 4,6). Reina sobre tudo como Pai, princípio e origem; age em
tudo, isto é, por meio do Verbo; e permanece em todas as coisas no Espírito
Santo”.
Na verdade, como somos livres para decidir sobre as coisas
da vida e isso inclui nosso destino, podemos ter uma vida governada por quantos
“deuses” quisermos. A vida pode ser regida do modo que melhor nos satisfaça.
Eis aí um grande problema porque Deus quer nos satisfazer com o que precisamos
para que um dia moremos no céu eternamente; isso inclui muitas vezes o seu
amoroso remédio, que é amargo e corretivo, visa nos preparar para a eternidade
junto de sua glória, onde não haverá mais dor e tristeza e todas as lágrimas
serão enxugadas.
Fonte: Jefferson Roger