O livro do Eclesiástico, poderíamos dizer, é um livro de
muitos “nãos”. Lá, lemos que não devemos muitas coisas nesta vida. O livro vai
se desenrolando com exortações, podemos dizer, um tanto práticas. Por exemplo,
no capítulo oito, dos vinte e dois versículos, dezoito deles começam com não.
Em resumo, o livro vai discorrendo sobre o que devemos e não devemos fazer, o
que devemos e não devemos ser, o que devemos e não devemos ter; aos poucos vai
apontando para um norte, uma direção. Percebemos ao ler seus cinquenta e um
capítulos que, logicamente – do contrário não integraria as sagradas escrituras
– tudo visa a salvação eterna das almas.
Não pratiques o mal, começa o capítulo sete a nos ensinar,
nos recordar, nos afirmar, nos exortar, seja como for que queiramos entender;
começa lembrando-nos de algo diretamente muito oposto ao que vem de Deus –
eterno amor e infinita misericórdia.
Diz o Eclesiástico, capítulo sete – “Não pratiques o mal, e
o mal não te iludirá. Afasta-te da injustiça, e a injustiça se afastará de ti.
Meu filho, não semeies o mal nos sulcos da injustiça, e dele não recolherás o
sétuplo. Não te justifiques perante Deus, pois ele conhece o fundo dos corações.
Não acrescentes um segundo pecado ao primeiro, pois mesmo por causa de um só
não ficarás impune. Não te deixes levar ao desânimo. Não descuides de orar nem
de dar esmola. Não digas: Deus há de considerar a quantidade de meus dons;
quando os oferecer ao Deus Altíssimo, ele os há de aceitar. Não zombes de um
homem que está na aflição, pois há alguém que humilha e exalta: Deus que tudo
vê. Não inventes mentira contra teu irmão, não inventes nenhuma mentira contra
teu amigo. Cuida-te para não dizeres mentira alguma, pois o costume de mentir é
coisa má. Não abomines as tarefas penosas, nem o labor da terra, que foi criado
pelo Altíssimo. Não te coloques no número das pessoas corrompidas, lembra-te de
que a cólera não tarda”.
Como vemos, nos parece que todo cuidado é pouco, como se
ouve no dito popular. Descuido é uma coisa que não pode passar desapercebida em
nossa trajetória rumo aos céus. Não é à toa que Jesus nos mandou vigiar e orar
sem cessar.
Fonte: Jefferson Roger
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