Sempre existirão, Deus quis que o homem atravesse seu
percurso de vida envolto num mar de tentações, de todos os tipos e de todas as espécies.
Isso é algo que o ser humano de fato só irá compreender plenamente no céu, pois,
se fizermos uma analogia com os pais terrenos e suas proles, não conseguiremos
imaginar que eles encaminhem seus filhos numa jornada por uma caminho que seja
mais perigoso e arriscado que outro; existindo a vereda mais correta e livre de
empecilhos é por ali que o pai mandaria seu filho.
Mas, elas nos acompanharão até o suspiro final. E Jesus
oficializou a coisa nos ensinando a pedirmos ajuda para não cairmos em
tentação. Haja tentação, Deus quis, pelo jeito, que nossa vida tivesse “graça”,
não fosse uma monotonia rumo à pátria celeste.
Quem está de pé, cuide para que não caia, lemos na carta aos
Coríntios. Alerta importantíssimo pois só iremos deixar de correr risco de queda
quando a morte nos transformar. Até lá estaremos pisando em ovos a cada passo
que buscamos dar para frente. O emaranhado das tentações é oceânico e sempre
quer nos perder de vista. A sutileza e o sortilégio do mal revestem e maquiam o
velho em novo e transformam em novidade o que já estava decretado como algo que
não faz bem.
O repertório maligno é vasto e bem organizado, e os pecados –
o vírus da alma – uma vez instalados na pessoa se espalham e corroem a retidão
dos pensamentos e atitudes. O Salmo nos exorta a andarmos no caminho do Senhor,
por si só ele já apresenta as suas dificuldades, por que ainda permitimos que a
curiosidade nos mova na direção das “novidades” do mundo e de nosso inimigo
cruel?
Jó nos recorda muito bem que a vida do homem nesta terra é
uma luta constante; diariamente temos que superar degraus na subida para a
glória do paraíso ou, infelizmente, desistir e abraçar a decida do caminho
espaçoso do mundo. Ou vencemos as tentações ou somos vencidos por elas.
Escolhemos lutar contra elas considerando-as um mal, ainda que necessário, ou
abraça-las, considerando-as objeto de nossos desejos. Sempre temos que
escolher.
Fonte: Jefferson Roger
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