Ouve-se no meio do povo que todos são iguais perante Deus;
de fato isso é verdade e até atestado está nas sagradas escrituras: “Deus não
faz distinção de pessoas” – Atos 10,34. Da parte do altíssimo então, a mensagem
é que as moradas celestes foram criadas para todos. Quando na bíblia lemos sobre
os eleitos trata-se das pessoas que, após conhecerem a proposta de Deus,
decidiram por seguir o caminho de Jesus Cristo que nos conduzirá para a
felicidade eterna do paraíso, não importando o custo dessa caminhada.
Todavia, o ser humano pode cair na tentação de achar que
Deus, na prática, não age assim com tanta imparcialidade, pois, ao se olhar ao
redor, o que mais se vê é um cenário de dificuldades e grandes desigualdades
sociais. A tentação diabólica tenta colocar esse Deus na inexistência ou
culpa-lo pelas coisas ruins que nos acontecem, colocando sobre ele o título de mentiroso.
Ou ainda, propagar que Deus “soltou” todo mundo aqui na terra e cada um que se
vire.
Pois bem, como todo poderoso ele poderia num estalar de
dedos resolver todos os problemas, mas, ele sempre quis a participação e
iniciativa das pessoas. Ele não é dono de hotel que está à nossa disposição
para nos servir; é o dono do céu que busca um convívio sadio e amoroso para com
suas criaturas, seus filhos adotivos pela graça do batismo. Ademais, tanto é
que deseja a movimentação humana que, entre outras coisas, estabeleceu os
mandamentos para orientar as atitudes do homem para com ele e para com o próximo.
O que faz então o homem? Deixa o egoísmo sobrepor-se a
caridade e ao amor e as desigualdades acontecem; agindo assim faz sofrer no
agora o próximo, porém, no amanhã, na prestação divina de contas, suas atitudes
podem recompensa-lo com um pesar muito maior: o sofrimento eterno da alma. Eclesiastes
12,13-14 – “Em conclusão: tudo bem entendido, teme a Deus e observa seus
preceitos, é este o dever de todo homem. Deus fará prestar contas de tudo o que
está oculto, todo ato, seja ele bom ou mau”.
Fonte: Jefferson Roger