segunda-feira, 7 de junho de 2021

Sempre contritos


Os santos já diziam a respeito de um coração constantemente colocado em estado de arrependimento perpétuo. Então o sujeito, por conta dessa afirmação, poderia se perguntar: mas viver em estado de constante arrependimento? Será que não existe alguma coisa errada com as atitudes da pessoa, que só faz “burradas” a todo instante, de forma descontrolada, e por isso precisa estar assim, sempre arrependida?

A contrição é o pesar que a pessoa sente por ter “ferido” os sentimentos de Deus, ido contra o seu amor, um amor exigente que produz como frutos dor e sofrimento. É aí que as pessoas se confundem às vezes. Parece que Deus, todo poderoso, onipotente, mais isso, mais aquilo, criador do céu e da terra e tantas outras coisas, quando é desobedecido, fica magoado, entristecido, ofendido (arrisco dizer que deve se zangar também) e por conta de tudo isso, toma suas atitudes para com suas criaturas, diga-se de passagem, todas descritas nas sagradas escrituras.

Pois bem, mas que negócio é esse de sempre contritos?

Uma boa argumentação nos parece “sempre atentos” em agradar a Deus, pois, afinal, essa é a preocupação de quem quer ir para o céu! A natureza humana, que sempre busca imitar a divina, não faz assim? Vejamos os casais, sempre existe aquele esforço para dar o seu melhor para a pessoa amada; e se há amor, não existe desgaste por causa do tempo e sim, transformação.

Então, sempre contritos significa dizer que se caímos, sempre tomaremos a mesma atitude, a atitude de se arrepender por ter desagradado o “dono do paraíso”; em nossa falta de visão de que existe algo muito maior a nossa espera (João 14,1-3 – “Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais”) cedemos a tentação das coisas imediatas e cometemos nossos erros, mas, com uma visão sobrenatural dos acontecimentos, da vida, de nossa existência, estaremos sempre prontos a procurar a mão de Deus, com o coração que anseia retornar para a felicidade de estar no caminho certo e sempre que isso custe estar contrito, pois, nem se compara a perder o que nos aguarda e condenar-se eternamente para a perdição onde a tristeza é sem fim.

Fonte: Jefferson Roger


 

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