Os santos já diziam a respeito de um coração constantemente
colocado em estado de arrependimento perpétuo. Então o sujeito, por conta dessa
afirmação, poderia se perguntar: mas viver em estado de constante
arrependimento? Será que não existe alguma coisa errada com as atitudes da
pessoa, que só faz “burradas” a todo instante, de forma descontrolada, e por isso
precisa estar assim, sempre arrependida?
A contrição é o pesar que a pessoa sente por ter “ferido” os
sentimentos de Deus, ido contra o seu amor, um amor exigente que produz como
frutos dor e sofrimento. É aí que as pessoas se confundem às vezes. Parece que
Deus, todo poderoso, onipotente, mais isso, mais aquilo, criador do céu e da
terra e tantas outras coisas, quando é desobedecido, fica magoado,
entristecido, ofendido (arrisco dizer que deve se zangar também) e por conta de
tudo isso, toma suas atitudes para com suas criaturas, diga-se de passagem,
todas descritas nas sagradas escrituras.
Pois bem, mas que negócio é esse de sempre contritos?
Uma boa argumentação nos parece “sempre atentos” em agradar a
Deus, pois, afinal, essa é a preocupação de quem quer ir para o céu! A natureza
humana, que sempre busca imitar a divina, não faz assim? Vejamos os casais,
sempre existe aquele esforço para dar o seu melhor para a pessoa amada; e se há
amor, não existe desgaste por causa do tempo e sim, transformação.
Então, sempre contritos significa dizer que se caímos,
sempre tomaremos a mesma atitude, a atitude de se arrepender por ter
desagradado o “dono do paraíso”; em nossa falta de visão de que existe algo
muito maior a nossa espera (João 14,1-3 – “Não se perturbe o vosso coração.
Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não
fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e
vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou,
também vós estejais”) cedemos a tentação das coisas imediatas e cometemos
nossos erros, mas, com uma visão sobrenatural dos acontecimentos, da vida, de
nossa existência, estaremos sempre prontos a procurar a mão de Deus, com o
coração que anseia retornar para a felicidade de estar no caminho certo e
sempre que isso custe estar contrito, pois, nem se compara a perder o que nos
aguarda e condenar-se eternamente para a perdição onde a tristeza é sem fim.
Fonte: Jefferson Roger
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