Pois bem, olhando para a vida que levamos podemos concluir
que somos pessoas que prestam ou que não prestam. Pessoas predominantemente
boas, predominantemente ruins ou, pior ainda, pessoas intermediárias, nem boas
e nem ruins. Porque dizemos “pior”, já paramos para refletir? A dica vem do próprio
Cristo que no livro do apocalipse nos diz que antes fôssemos pessoas quentes ou
frias, pois o morno ele vomita (Apocalipse 3,15-16 – “Conheço as tuas obras:
não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, como és morno,
nem frio nem quente, vou vomitar-te.). Ou seja, que a pessoa se decida, ainda
que infelizmente se decida pelo que é ruim; agora, ficar tentando levar uma vida
intermediária, tentando agradar a dois senhores, já está abominado por Jesus e
também referenciado sobre a questão em seu evangelho (Mateus 6,24 – “Ninguém
pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou
dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza”).
E então, se em nossas reflexões temos que admitir que não
prestamos certamente a parte mais dura disso tudo é ter que admitir que a culpa
é nossa. Sim, pois, se cremos em Deus então cremos que fomos feitos à sua
imagem e semelhança (Gênesis 1,26 – Tiago 3,9). Então fomos criados para
prestar, em muitos sentidos e, se adoecemos espiritualmente por culpa própria –
ou alguém vai dizer que o diabo lhe obrigou ou que Deus o forçou a isso – tomamos
um rumo muito diferente daquele que nos conduz ao caminho da porta estreita (João
14,6) e nossa nobreza divina, inicialmente concebida para ser luz do mundo e
sal da terra (Mateus 5,13-14) fica prejudicada colocando em perigo nossa
salvação eterna.
E como é bom pensar nessa expressão: salvação eterna! Poder
um dia, colocar o pé para dentro da Jerusalém Celeste e nunca mais perder a
felicidade e alegrias do paraíso, onde não haverá mais choro e ranger de dentes
(Mateus 8,12). Nesse dia, suspiraremos aliviados conscientes de que todo esforço
na luta até o sangue contra o pecado (Hebreus 12,4) valeu a pena.
Fonte: Jefferson Roger
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