Na carta aos romanos 1,28-32, o apóstolo descreve uma lista
com vinte tipos de pecadores condenados. Depois, no início do próximo capítulo,
vem o “puxão de orelha” ao exortar o leitor a respeito de uma atitude intolerante,
julgando com rigidez o próximo quando se esquece algumas qualidades de Deus: “Assim,
és inescusável, ó homem, quem quer que sejas, que te arvoras em juiz. Naquilo
que julgas a outrem, a ti mesmo te condenas; pois tu, que julgas, fazes as
mesmas coisas que eles. Ora, sabemos que o juízo de Deus contra aqueles que
fazem tais coisas corresponde à verdade. Tu, ó homem, que julgas os que
praticam tais coisas, mas as cometes também, pensas que escaparás ao juízo de
Deus? Ou desprezas as riquezas da sua bondade, tolerância e longanimidade,
desconhecendo que a bondade de Deus te convida ao arrependimento? Mas, pela tua
obstinação e coração impenitente, vais acumulando ira contra ti, para o dia da
cólera e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo
as suas obras: a vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, buscam a
glória, a honra e a imortalidade; mas ira e indignação aos contumazes, rebeldes
à verdade e seguidores do mal” – Romanos 2,1-8.
Todavia, um detalhe não pode passar despercebido neste trecho:
Deus age com tolerância perante a fragilidade humana uma vez que sua bondade,
como lemos no versículo, nos convida ao arrependimento. Ademais, lemos no livro
dos Salmos que se Deus nos tratasse segundo nossos merecimentos – ou seja, com
tolerância zero – estaríamos perdidos.
Parece que a tolerância está ligada também à paciência; pois
o indivíduo de pavio curto explode ao menor sinal de algo desalinhado ao seu
modo de ver as coisas agindo sem ponderação alguma. Ainda bem que Deus não foi
feito a nossa imagem e semelhança e sim o contrário. Todavia, a tolerância zero
é benvinda e quer saber onde? Acertou se pensou na luta contra o pecado, pois
contra os ataques do demônio devemos agir com tolerância zero, não concedendo
margem para que ele consiga tempo nosso para promover suas ofertas de perdição.
Fonte: Jefferson Roger