O “Deus” do antigo testamento para muitos parece ser uma
entidade muito diferente do Deus do novo testamento. Isso porque no primeiro
testamento bíblico vemos muita crueldade de todo tipo: genocídio, racismo,
execuções terríveis de adúlteros e homossexuais, o assassinato de seus próprios
filhos, apoio à escravidão, maus tratos aos animais, passagens sangrentas e em
muitos casos a violência é ordenada pelos autores. Ademais, como a maior das injustiças,
o cristianismo nos ensina que a humanidade foi toda punida pelos atos de rebeldia
de duas pessoas.
Se bem sabemos, um dos princípios da justiça é que o
inocente não seja punido pelos erros do culpado. Ora bolas, vai entender a
questão... O Deus do primeiro testamento age de maneira oposta e vários relatos
bíblicos atestam inocentes sendo punidos pelos erros dos culpados. Não vamos estender
o artigo, mas apontamos como exemplo, 2º Reis, capítulo 5 e Josué, capítulo 7.
Também em Êxodo capítulo 12 temos outro exemplo, neste até os filhos dos
culpados (as crianças que nada tinham a ver com o erro dos pais) foram mortos.
Oseias 13,16 – “Samaria será punida (porque ela se revoltou
contra o seu Deus). Seus habitantes cairão sob os golpes da espada, seus
filhinhos serão esmagados, e rasgados os ventres de suas mulheres grávidas”.
Vejamos mais um trecho em Êxodo 21,22-25 – “Se homens brigarem, e acontecer que
venham a ferir uma mulher grávida, e esta der à luz sem nenhum dano, eles serão
passíveis de uma indenização imposta pelo marido da mulher, e que pagarão
diante dos juízes. Mas, se houver outros danos, urge dar vida por vida, olho
por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura,
ferida por ferida, golpe por golpe”.
Não parece Deus ir contra sua própria lei nestes trechos
retirados da bíblia, já que ordenou o mandamento de “não matar”? Bom, os
critérios de julgamento são dele, não nossos, além de insondáveis. Ao que
parece o modo de agir mudou com a vinda de Jesus, porém, o cerne parece ser
mantido e as punições acontecem de outra maneira e/ou em outro momento. A
justiça divina está mantida, pois, como entender a passagem bíblica que diz que
“eu sou o senhor seu Deus e não mudo” – Malaquias 3,6; ou ainda “minhas palavras
não serão revogadas” – Isaías 45,23?
Não adianta, nossa inteligência não tem alcance suficiente
para compreender as “aparentes” contradições, Deus pede que tenhamos fé até
porque “O que está oculto pertence ao Senhor, nosso Deus; o que foi revelado é
para nós e para nossos filhos, para sempre, a fim de que ponhamos em prática
todas as palavras desta lei” – Deuteronômio 29,29.
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Fonte: Jefferson Roger
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