O mal comete seus erros e coloca sobre estes uma aparência
de bem. Não pode o mal apresentar-se em sua forma primária, pois isso,
decretaria de antemão, sua derrota sem congestionamento algum. Já que o mal é
de origem contrária a tudo que é divino precisa sempre comutar suas feições
para que o prato seja saboroso aos olhos e sua morte (o salário do pecado –
Romanos 6,23) seja disfarçada.
O mal é assim, precisa se esconder, atrás de suas cortinas,
precisa atrair com suas ofertas, precisa convencer de que o seu “pacote” de
vantagens é melhor e mais lucrativo do que “as migalhas” abundantes de Deus. E
o problema é que não chega a ser mentira, pois a filosofia do mal visa o lucro
imediato enquanto a verdade de Deus visa o lucro eterno.
O lucro eterno tem o seu preço e por isso tem seus desafios.
A pessoa não pode esperar entrar no paraíso vivendo um paraíso aqui nesta
terra. Aqui não é um parque de diversões, tampouco nosso corpo e, que depois de
terminar a validade do ingresso é hora de voltar para casa. Vale a pena
recordar:
“Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, permanece
firme na justiça e no temor, e prepara a tua alma para a provação; humilha teu
coração, espera com paciência, dá ouvidos e acolhe as palavras de sabedoria;
não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te
a Deus, espera com paciência, a fim de que no derradeiro momento tua vida se
enriqueça. Aceita tudo o que te acontecer. Na dor, permanece firme; na
humilhação, tem paciência. Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a
prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação. Põe tua
confiança em Deus e ele te salvará; orienta bem o teu caminho e espera nele.
Conserva o temor dele até na velhice” – Eclesiástico 2,1-6.
Fonte: Jefferson Roger
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