O tema é recorrente por aqui e mais uma vez a reflexão
esbarra nos sentimentos que as pessoas enfrentam cada vez que seus desejos não
são realizados, atendidos por Deus. Certamente, um olhar que compara a própria
vida com a do próximo vai induzir a pessoa a perguntar: o que é que eu fiz para
Deus!? Não nos preocupemos, os desígnios de Deus são insondáveis; Nossa Senhora
já nos alertou em suas aparições que no céu tudo nos será revelado.
Pensa-se assim porque o outro leva uma vida diferente e é
atendido por Deus em questões que a pessoa que observa, julga não ser. Vale o
lembrete, Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, precisou rezar pedindo a Deus
pela conversão de seu filho durante quatorze anos. Vejam bem! Santa Mônica! E
nós, pessoas comuns, com um coração divido entre as coisas do mundo e de Deus,
cheios de fraquezas e oscilações, nos zangamos tão facilmente porque Deus não nos
atende, ou não atende como gostaríamos, ou não atende quando queremos ou ainda
nos atende de uma forma que não esperamos? Como somos inquietos enquanto Deus é
paciente e misericordioso conosco.
Eclesiástico 2,1-7 – “Meu filho, se entrares para o serviço
de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara a tua alma para a
provação; humilha teu coração, espera com paciência, dá ouvidos e acolhe as
palavras de sabedoria; não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as
demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência, a fim de que no
derradeiro momento tua vida se enriqueça. Aceita tudo o que te acontecer. Na
dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência. Pois é pelo fogo que se
experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da
humilhação. Põe tua confiança em Deus e ele te salvará; orienta bem o teu
caminho e espera nele. Conserva o temor dele até na velhice”.
Como vemos, o cuidado que Deus tem conosco está relacionado
com o que ele quer: a salvação, e não com o que queremos. Ele irá começar a nos
atender quando o que pedirmos estiver alinhado com seus desejos e isso tiver relação
com a nossa salvação. Como ele conhece nossos corações, para nosso bem, nos
priva de alguns pedidos na forma que queremos já que “o Espírito vem em auxílio
à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém,
mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis” – Romanos 8.26.
Isso porque ele “não deseja uma multidão de filhos infiéis e inúteis” –
Eclesiástico 15,22.
Fonte: Jefferson Roger
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