segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

O que importa é o que eu sinto


E eu quero sentir coisas boas, afinal, querer abraçar o sofrimento é coisa para malucos. Para que procurar ou se deleitar em sofrimentos e dificuldades quando aquilo que é bom e prazeroso dá mais brilho à vida? Ora ora, deixemos que os metidos a santos que o façam. Ademais, realmente se trata de um maluco uma pessoa que resolve incutir em si práticas severas em sua vida, para o bom grado de Deus, para se obter o céu. E quando estudamos a biografia desses homens, mulheres e crianças, nos damos conta que é algo quase heroico, senão for insano ou doentio, nada sadio.

Pois bem, existe uma linha a seguir nisso tudo, um tom, um porquê. Os contrários ao raciocínio cristão certamente podem definir como maluco, uma pessoa aceitar passar por sofrimentos muito exacerbados simplesmente para levar a culpa por outro e libertar esse outro de uma dívida impagável. Sofrer voluntariamente por alguém? Sair e deixar o conforto de uma maresia tranquila e uma brisa agradáveis em minha vida para levar na cara e no corpo e no coração, os golpes da maldade no lugar de outra pessoa? Sai de mim! Pois é, Jesus fez tudo isso e a bíblia radicaliza ensinando que devemos ser seus imitadores em tudo (1ª Coríntios 11,1 – Efésios 5,1).

Todavia, tanto é verdade, esse ingrediente na vida do sujeito para que ele possa retornar ao céu, que muitos versículos bíblicos falam da vantagem e do mérito que se recebe ao abraçar a própria cruz e parar de padecer, parar de reclamar das purificações que acontecem em vida, enviadas e queridas por Deus. Ao invés da pessoa sentir prazer em agradar a Deus ela quer sentir prazer em saciar suas vontades e entre elas, nenhuma é agrada-lo.

Deus lhe concede a graça de aumentar sua santidade e vida na graça passando por dificuldades, que podem ser superadas com seu auxílio e oferecidas a ele por amor. Ao invés disso, não enxergando a oportunidade concedida pelo altíssimo, essa dificuldade é posta de lado e soluções próprias são buscadas para substituir a aparente causa. Como exemplo, o viciado, seja lá em que for; ao invés de entregar a Deus sua vontade e abstinência, suplicar seu auxílio, reconhecendo que sozinho não tem forças para superar o mal. Contrariamente afunda-se ainda mais desgraçadamente nesse mal, se extasia com essa recaída, saboreia ainda mais o seu prazer e não vê que com isso se coloca cada vez mais distante da luz de Deus e sua salvação.

Fonte: Jefferson Roger


 

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