Olha só pessoal, arrisco dizer que possivelmente todo mundo
passe alguma vez na vida pela sensação de que Deus quer de nós coisas ambíguas.
De fato, ele surpreende a todos e nem os grandes santos escaparam da sensação
de achar uma coisa a seu respeito e descobrirem que ele é e age diferente do
que pensávamos a seu respeito.
Basta um simples exemplo, o de Santa Tereza de Ávila, que
pronunciou a frase célebre, resmungando contra Deus: “se é assim que trata seus
amigos, não é à toa que tens tão poucos”. E por falar em santos, eles se
lamentavam em lágrimas ao dizer que temiam não haver espaço bastante no inferno
em face a tantas pessoas que se condenam.
Pois é, parece que Deus nos “força” até a fina linha de
nosso limite. Parece haver prazer em nos ver contorcer e padecer nessa vida;
parece haver um cuidado todo especial em nos manter ali, sempre em
necessidades, sempre em dificuldades e, de vez em quando, nos agracia com suas bênçãos
para que paremos um pouco de reclamar.
É um jeito de amar bem difícil de entender e por falar em
amar, ele ainda nos ordena que devemos amá-lo sobre todas as coisas. Tem mais,
diz que devemos rezar a ele pedindo que seja feita sempre a sua vontade. Todavia
Jesus diz que o que pedirmos em seu nome ao Pai, estando dois ou mais reunidos
em seu nome, seja o que for, tudo, ele nos concederá.
Pronto, confusão das confusões. Porém, para acalmar os
ânimos, eis que o Espírito Santo nos ensina que não sabemos o que pedir, nem
pedir como convém. Ora bolas, e não é tudo isso uma confusão? O ser humano
conhece a experiência de se interessar, se enamorar, se apaixonar e amar. Seu
referencial é humano, físico. Sua relação, de criatura e criador, não consegue passar
por esferas semelhantes das que vivenciamos nas interrelações e por isso não
atingimos a comunhão de amor.
Claro, é um esforço que sempre temos que fazer. Um esforço
que consiste em reorganizarmos tudo que o mundo nos ensina para que não confundamos
o amor que vem de Deus, assim como a paz que vem de Jesus, ambos, bem diferentes
daquilo que o mundo oferece e convenhamos: quem gosta de colocar confusão em
nossas cabeças é o pai da mentira, nosso inimigo, o diabo. Quanto mais perto de
Deus a alma está, mais ela é tentada (palavras do Padre Pio). Por isso, o incansável
inimigo quer que pensemos que Deus não nos quer como filhos e sim como servos.
Temos, como sempre dizemos por aqui, que escolher o lado: o que aprendemos com
Deus ou o que aprendemos com o demônio.
Fonte: Jefferson Roger
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