Não é esta a sensação que as pessoas de bem sentem? Parece
que para aquele que procura fazer na vida tudo de forma correta as coisas lhes
são mais difíceis de conseguir, de conquistar, de alcançar. Então sobrevém a tentação
de olhar para a grama do vizinho que sempre parece mais verde, a vida mais bela
e fácil.
As coisas não andam, a burocracia atrapalha, as pessoas não
colaboram, tudo se arrasta, são empecilhos em cima de empecilhos e as
dificuldades não param por aí. Seja na vida material ou não espiritual, a vida do
homem de bem, como um todo, nunca é fácil. Parece até haver, por parte de Deus,
uma dose de prazer e alegria em ver sua criatura se debatendo em suas lutas
diárias na caminhada rumo ao céu, num constante esforço para praticar o bem.
Para piorar ainda mais, me recordo de que não só parece, é
assim mesmo. Ilustro: certa vez, Santo Antão, o monge do deserto sofreu um
ataque físico do diabo e eis que muito apanhou. Enquanto labutava contra o
inimigo clamava pela ajuda de Jesus. E a ajuda não apareceu. Pelo menos assim
pensava o santo, pois, ao terminar o atentado do inimigo surge em aparição para
Santo Antão, o próprio ressuscitado e nele, uma fisionomia de alegria e
satisfação.
O bom homem não se fez de rogado e foi logo dizendo: Meu
Jesus, não ouvistes meu clamor e me deixastes aqui a apanhar do demônio? Então
Jesus respondeu: eu ouvi sim seu chamado e estava aqui a te assistir, mas eu
queria te ver lutar.
Com isso, fica bem claro a todo cristão, que os escolhidos
de Deus terão uma vida melhor que essa somente no paraíso. Claro que por aqui
as consolações divinas em nossas vidas acontecem; isso todos podem testemunhar,
mas elas, para o engrandecimento da alma, são acompanhadas pelos “recheios” das
dificuldades queridas e/ou permitidas pelo altíssimo. O que fazer? Entregar a
vida a Deus, viver segundo seus mandatos e direcionar o esforço para as coisas
do alto. Desta forma poderemos dizer como São Paulo, que todos os sofrimentos
que passamos em vida não têm comparação com as glórias do céu que nos serão
manifestadas.
Fonte: Jefferson Roger
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