A história da humanidade está cheia delas; tiranetes dos
mais variados calibres transformam seu mundo ou seu mundinho, num amontoado de
pessoas que existem só para se ajoelharem diante deles, reverencia-los e seguir
suas ordens. Tentam seguir a conduta de Deus, que pode ordenar e cobrar e é
inatingível pelo mal.
Todavia, já que a realidade dos mandões sempre existiu, também
é fato de que, muitas vezes, obedecer é mais fácil que mandar. Quem sabe mandar
de forma correta, falando-se em termos humanos, certamente assim o faz porque
um dia já obedeceu. E mais: aprendeu o valor da obediência e, relacionando-se a
realidade da alma, da santa obediência.
Neste contexto, a pessoa mandona é Deus, que dá e tira como
lhe convém. Que ama, mas corrige aqueles que tem por filhos, que nos coloca os
mandamentos e tantas outras regras de vida que exigem na obediência uma
dedicação constante. Quem se depara com essa dura realidade e sofre para ser o
humilde, que se humilha para ser por Deus exaltado, “tenta a sorte” bancando o “manda
chuva”.
Para estes a obediência dá muito trabalho, pois não enxergam
que ela envia as pessoas em direção ao paraíso, local de glória e felicidade
eternas. Durante a vida, que não sabemos quanto dura, vamos fazendo o exercício
diário, nas oportunidades que vão surgindo, da obediência. Através dessas
experiências vamos melhorando e crescendo ou piorando e caindo por terra.
Claro, não afastemos o olhar para longe das ordens que
devemos dar. Precisamos certa vez, aqui e ali, lá e acolá, impor. Impor
limites, regras, condições e toda forma de educação que visa o bem de todos. Para
isso, no entanto, um dia aprendemos a obedecer; e ainda continuamos a aprender,
pois, se pensarmos diferentes, achando que de Deus não precisamos mais, colocamos
a salvação de nossas almas em perigo. Precisamos seguir o modelo do Cristo (1ª
Coríntios 11,1 – Efésios 5,1) que ensinava com autoridade, sabia impor as verdades
e apontava argumentos e reflexões que sempre endossavam as verdades celestes;
tudo isso, sem perder a essência dos porquês das ordens, das obediências e de
suas existências.
Fonte: Jefferson Roger
Nenhum comentário:
Postar um comentário