quarta-feira, 8 de junho de 2022

Pessoas mandonas


A história da humanidade está cheia delas; tiranetes dos mais variados calibres transformam seu mundo ou seu mundinho, num amontoado de pessoas que existem só para se ajoelharem diante deles, reverencia-los e seguir suas ordens. Tentam seguir a conduta de Deus, que pode ordenar e cobrar e é inatingível pelo mal.

Todavia, já que a realidade dos mandões sempre existiu, também é fato de que, muitas vezes, obedecer é mais fácil que mandar. Quem sabe mandar de forma correta, falando-se em termos humanos, certamente assim o faz porque um dia já obedeceu. E mais: aprendeu o valor da obediência e, relacionando-se a realidade da alma, da santa obediência.

Neste contexto, a pessoa mandona é Deus, que dá e tira como lhe convém. Que ama, mas corrige aqueles que tem por filhos, que nos coloca os mandamentos e tantas outras regras de vida que exigem na obediência uma dedicação constante. Quem se depara com essa dura realidade e sofre para ser o humilde, que se humilha para ser por Deus exaltado, “tenta a sorte” bancando o “manda chuva”.

Para estes a obediência dá muito trabalho, pois não enxergam que ela envia as pessoas em direção ao paraíso, local de glória e felicidade eternas. Durante a vida, que não sabemos quanto dura, vamos fazendo o exercício diário, nas oportunidades que vão surgindo, da obediência. Através dessas experiências vamos melhorando e crescendo ou piorando e caindo por terra.

Claro, não afastemos o olhar para longe das ordens que devemos dar. Precisamos certa vez, aqui e ali, lá e acolá, impor. Impor limites, regras, condições e toda forma de educação que visa o bem de todos. Para isso, no entanto, um dia aprendemos a obedecer; e ainda continuamos a aprender, pois, se pensarmos diferentes, achando que de Deus não precisamos mais, colocamos a salvação de nossas almas em perigo. Precisamos seguir o modelo do Cristo (1ª Coríntios 11,1 – Efésios 5,1) que ensinava com autoridade, sabia impor as verdades e apontava argumentos e reflexões que sempre endossavam as verdades celestes; tudo isso, sem perder a essência dos porquês das ordens, das obediências e de suas existências.

Fonte: Jefferson Roger


 

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