Muitas pessoas, em meio às suas relações interpessoais,
desenvolvem experiências das mais variadas possíveis; todavia, para a reflexão
deste artigo, vamos ficar com uma delas: a decepção. Certamente é uma
experiência, entre as piores, uma das piores possíveis. Ser decepcionado é algo
duríssimo, um grande golpe que atinge diretamente o coração. Pior ainda, na mesma
medida, ou sabe-se lá em qual grau de gravidade, é decepcionar alguém.
Muitos pesos parecem cair sobre os ombros de quem recebe a
decepção; o coração é soterrado, a conta que se tinha sobre a pessoa transforma
muitos sentimentos, destrói outros e apaga alguns, deixando cicatrizes que
nunca mais serão apagadas. Como vemos, a coisa é mesmo muito séria e ferir alguém,
magoar, entristecer, aborrecer, ofender, decepcionar e por aí vai, é algo muito
penoso para ambas as partes.
Todavia, os egos muito egoístas são quase intolerantes
quando o assunto é receber a decepção; não admitem sequer tal hipótese e “concedem”
muito caro – quase sempre com ressalvas – o perdão. Não pensam nesse momento
que Jesus ensinou que não devemos fazer ao outro o que não gostaríamos que nos
fosse feito.
Pois bem, indo mais para baixo para encontrar o buraco, quem
dirá cogitar pensar como Deus se sente com as decepções que cada um de nós
causamos em seu coração. Muito provavelmente devemos decepciona-lo quase que
diariamente e, para piorar nossa “reputação” para com ele, quando fazemos
alguma coisa boa nos colocamos num pedestal achando que isso é motivo para o
céu inteiro nos gloriar e glorificar. Pobre de nós, não fazemos mais que nossa
obrigação quando imitamos o Cristo e ainda assim achamos que a cada gesto
devemos receber um prêmio. Queremos ser como cachorros adestrados que quando
fazem algo ganham um biscoito: “bom menino...”
Enquanto isso, levamos uma vida perigosa, deixando soluções
humanas substituir preceitos divinos colocando em risco o veredito que iremos receber
no dia de nosso juízo.
Fonte: Jefferson Roger
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