terça-feira, 26 de julho de 2022

Decepções divinas


Muitas pessoas, em meio às suas relações interpessoais, desenvolvem experiências das mais variadas possíveis; todavia, para a reflexão deste artigo, vamos ficar com uma delas: a decepção. Certamente é uma experiência, entre as piores, uma das piores possíveis. Ser decepcionado é algo duríssimo, um grande golpe que atinge diretamente o coração. Pior ainda, na mesma medida, ou sabe-se lá em qual grau de gravidade, é decepcionar alguém.

Muitos pesos parecem cair sobre os ombros de quem recebe a decepção; o coração é soterrado, a conta que se tinha sobre a pessoa transforma muitos sentimentos, destrói outros e apaga alguns, deixando cicatrizes que nunca mais serão apagadas. Como vemos, a coisa é mesmo muito séria e ferir alguém, magoar, entristecer, aborrecer, ofender, decepcionar e por aí vai, é algo muito penoso para ambas as partes.

Todavia, os egos muito egoístas são quase intolerantes quando o assunto é receber a decepção; não admitem sequer tal hipótese e “concedem” muito caro – quase sempre com ressalvas – o perdão. Não pensam nesse momento que Jesus ensinou que não devemos fazer ao outro o que não gostaríamos que nos fosse feito.

Pois bem, indo mais para baixo para encontrar o buraco, quem dirá cogitar pensar como Deus se sente com as decepções que cada um de nós causamos em seu coração. Muito provavelmente devemos decepciona-lo quase que diariamente e, para piorar nossa “reputação” para com ele, quando fazemos alguma coisa boa nos colocamos num pedestal achando que isso é motivo para o céu inteiro nos gloriar e glorificar. Pobre de nós, não fazemos mais que nossa obrigação quando imitamos o Cristo e ainda assim achamos que a cada gesto devemos receber um prêmio. Queremos ser como cachorros adestrados que quando fazem algo ganham um biscoito: “bom menino...”

Enquanto isso, levamos uma vida perigosa, deixando soluções humanas substituir preceitos divinos colocando em risco o veredito que iremos receber no dia de nosso juízo.

Fonte: Jefferson Roger


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário