O costume tradicional e universal é a celebração da missa de
corpo presente, seguida do sepultamento do falecido. Todavia, tal prática “ganha”
uma solução adaptada para a realidade de nosso país continental. Desde os
tempos da colonização, as grandes distâncias que separavam os parentes e amigos
do local do velório impediam que os mesmos chegassem em tempo para a
celebração. Desta maneira convencionou-se marcar uma missa para sete dias
depois para que todos se encontrassem, se confortassem e pedissem a Deus o
acolhimento da alma em seu reino de amor.
Ademais, encontramos nas sagradas escrituras algumas referências
que embasam a origem do costume. Em Macabeus, Judas Macabeu ordena que se façam
sacrifícios no Templo de Jerusalém pelas almas de seus soldados que haviam
morrido numa batalha, por terem pecado levemente contra Deus: ‘Santo e salutar
pensamento este de orar pelos mortos. Eis porque ofereceu um sacrifício
expiatório pelos defuntos, para que fossem livres dos seus pecados’ - 2 Macabeus
12, 41-46.
Em Gênesis 50,10 lemos que quando morreu Jacó, um dos
patriarcas do Antigo Testamento, “fizeram um funeral grandioso e solene e José
guardou por seu pai um luto por sete dias”. Por conta da morte de Saul, no
primeiro livro de Samuel (1° Samuel 31,13) lemos que, por ocasião da morte do
rei Saul, seus comparsas guerreiros, numa cerimônia fúnebre, queimaram seu
corpo e depois enterraram os ossos debaixo de uma árvore, fazendo um jejum de
sete dias.
No livro de Judite, quando esta morreu, a heroína do povo
hebreu, os israelitas fizeram luto por sete dias (Judite 16, 24-25): “Ela viveu
cento e cinco anos na casa de seu marido, e deu liberdade à sua escrava. Morreu
e foi sepultada em Betúlia junto de seu marido. Todo o povo a chorou durante
sete dias”. E para encerrar, encontramos em Eclesiástico 22,13 que “o luto por
um morto dura sete dias”. E assim, para o fiel católico, o rito da missa de
sétimo dia e também o rito das exéquias, comemora e expressa sua comunhão
eficaz com o finado. Oferecendo ao Pai, no Espírito Santo, o sacrifício da
morte e ressurreição de Cristo, através dessa celebração ele pede para que o
fiel falecido seja purificado de seus pecados e de suas consequências e seja
admitido à plenitude pascal no Banquete do Reino.
Fonte: Jefferson Roger