terça-feira, 30 de agosto de 2022

Missa de Sétimo Dia


O costume tradicional e universal é a celebração da missa de corpo presente, seguida do sepultamento do falecido. Todavia, tal prática “ganha” uma solução adaptada para a realidade de nosso país continental. Desde os tempos da colonização, as grandes distâncias que separavam os parentes e amigos do local do velório impediam que os mesmos chegassem em tempo para a celebração. Desta maneira convencionou-se marcar uma missa para sete dias depois para que todos se encontrassem, se confortassem e pedissem a Deus o acolhimento da alma em seu reino de amor.

Ademais, encontramos nas sagradas escrituras algumas referências que embasam a origem do costume. Em Macabeus, Judas Macabeu ordena que se façam sacrifícios no Templo de Jerusalém pelas almas de seus soldados que haviam morrido numa batalha, por terem pecado levemente contra Deus: ‘Santo e salutar pensamento este de orar pelos mortos. Eis porque ofereceu um sacrifício expiatório pelos defuntos, para que fossem livres dos seus pecados’ - 2 Macabeus 12, 41-46.

Em Gênesis 50,10 lemos que quando morreu Jacó, um dos patriarcas do Antigo Testamento, “fizeram um funeral grandioso e solene e José guardou por seu pai um luto por sete dias”. Por conta da morte de Saul, no primeiro livro de Samuel (1° Samuel 31,13) lemos que, por ocasião da morte do rei Saul, seus comparsas guerreiros, numa cerimônia fúnebre, queimaram seu corpo e depois enterraram os ossos debaixo de uma árvore, fazendo um jejum de sete dias.

No livro de Judite, quando esta morreu, a heroína do povo hebreu, os israelitas fizeram luto por sete dias (Judite 16, 24-25): “Ela viveu cento e cinco anos na casa de seu marido, e deu liberdade à sua escrava. Morreu e foi sepultada em Betúlia junto de seu marido. Todo o povo a chorou durante sete dias”. E para encerrar, encontramos em Eclesiástico 22,13 que “o luto por um morto dura sete dias”. E assim, para o fiel católico, o rito da missa de sétimo dia e também o rito das exéquias, comemora e expressa sua comunhão eficaz com o finado. Oferecendo ao Pai, no Espírito Santo, o sacrifício da morte e ressurreição de Cristo, através dessa celebração ele pede para que o fiel falecido seja purificado de seus pecados e de suas consequências e seja admitido à plenitude pascal no Banquete do Reino.

Fonte: Jefferson Roger


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário