Certamente na hora de exigirmos somos muito bons, já na hora
que exigem de nós a coisa muda um pouco de figura. Parece que o ser humano vive
com duas leis, duas regras de vida: uma que lhe beneficia e outra que beneficia
o próximo. Age assim porque as duas leis não podem conviver juntas. Se o outro
for se dar bem, mas eu for prejudicado então nada disso, eu que me dê bem em
primeiro lugar e o próximo que fique em segundo plano.
Primeiro eu, depois se sobrar alguma coisa que ela fique
para o próximo. Puxa vida, quanta intolerância: exigimos tudo de todos, sabemos
maravilhosamente como cobrar, mas... se agirem assim conosco aplicamos a nossa
regra que existe para nos proteger de tudo. No entanto, como podemos agir assim
e esperarmos de Deus um comportamento diferente?
Em verdade, ele age da mesma maneira, ou será que não? De
nós ele exige tudo e não gostamos, mas gostamos de exigir tudo dos outros e
dele. Ora, não é justo que Deus nos trate como tratamos o próximo? Alguns vão
achar que não, pois temos as nossas fraquezas e Deus é perfeito.
Não é bem isso, todavia, que Jesus nos ensinou. Quando nos
ensinou a rezar disse que se não perdoarmos as pessoas tampouco Deus nos
perdoará; também ensinou que não devemos fazer para os outros aquilo que não
queremos que nos façam. E em Mateus 5,48 disse que devemos “ser santos
(perfeitos) como o Pai Celeste é santo (perfeito)”. Pois bem, é assim que as
coisas nos foram colocadas. O cuidado é necessário, pois também o Cristo nos
disse que a quem for dado, muito será cobrado. No final das contas, nosso
comportamento irredutível e intolerante com as pessoas pode, perigosamente, afastar-nos
do caminho da salvação; e pior: sem nos darmos conta disso.
Fonte: Jefferson Roger
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