Se tem uma coisa que o diabo gosta é quando alguém reclama
sobre Deus para qualquer um que não seja o próprio altíssimo. Neste ato de
reclamar, a pessoa vai colocando para fora todos os seus contentamentos e com
isso vai abrindo seu coração para as soluções alternativas ou as soluções
esperadas, de uma forma que não está alinhada com aquilo que nosso criador
preparou para cada um.
Porém, uma coisa é certa, seja como for, muitas vezes parece
que as reclamações são inúteis, pois as coisas nunca acontecem como queremos e
sempre como Deus quer. Claro, se acontece como queremos corremos, meio que nos
iludindo que o “sistema funciona”, a agradecer a Deus. Mas, vai acontecer algo
diferente do que queremos, seja pouco ou muito diferente, não importa, já nos esperneamos
a reclamar do nosso inimigo declarado, o sujeito que fica lá no céu, em seu
reino de luz e amor, deleitando-se por ver as formiguinhas aqui na terra (nós
seres humanos) sermos esmagados por todo tipo de problemas, dificuldades,
preocupações e adversidades que se possa imaginar.
Pior ainda, mesmo pedidos de natureza espiritual voltados
para a caridade, amor ao próximo e salvação da alma são taxativamente negados.
Olha! Vai entender, não é à toa que Santa Catarina de Jesus vai dizer que, por
nos tratar assim, é que Jesus tem poucos amigos. Não bastasse, as coisas pioram
ainda mais, porque parece que a afronta do divino criador, do divino salvador e
do divino santificador toca ainda mais baixo o homem colocando-o num estado de
miséria humana e espiritual que é de dar “dó” como se diz no ditado popular; se
“ficar o bicho pega e se correr o bicho come” nos acomete outro ditado.
Minha nossa, podemos nos sentir como os personagens do livro
de Tobias que chegaram a pedir em oração que Deus abreviasse toda a penúria da
vida e os levassem enfim para um lugar melhor. Todavia, o livro de Jó demonstra
a resignação que ele manteve perante o poder e a vontade de Deus. Não estamos,
caros leitores, entre a cruz e a espada? Revoltas à parte, creio que cada um
tem sua lista delas, sempre temos uma escolha: apostarmos nossa vida, toda ela,
sem reservas, na palavra de Deus e no que nos ensinou Jesus, atirando-nos
cegamente numa vida de fé ou vivermos no ver para crer do mundo. Vale sempre o
lembrete: “Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, permanece firme na
justiça e no temor, e prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração,
espera com paciência, dá ouvidos e acolhe as palavras de sabedoria; não te
perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus,
espera com paciência, a fim de que no derradeiro momento tua vida se enriqueça.
Aceita tudo o que te acontecer. Na dor, permanece firme; na humilhação, tem
paciência. Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens
agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação. Põe tua confiança em Deus e ele
te salvará; orienta bem o teu caminho e espera nele. Conserva o temor dele até
na velhice” – Eclesiástico 2,1-6.
Fonte: Jefferson Roger
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