segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Reclamações de Deus


Se tem uma coisa que o diabo gosta é quando alguém reclama sobre Deus para qualquer um que não seja o próprio altíssimo. Neste ato de reclamar, a pessoa vai colocando para fora todos os seus contentamentos e com isso vai abrindo seu coração para as soluções alternativas ou as soluções esperadas, de uma forma que não está alinhada com aquilo que nosso criador preparou para cada um.

Porém, uma coisa é certa, seja como for, muitas vezes parece que as reclamações são inúteis, pois as coisas nunca acontecem como queremos e sempre como Deus quer. Claro, se acontece como queremos corremos, meio que nos iludindo que o “sistema funciona”, a agradecer a Deus. Mas, vai acontecer algo diferente do que queremos, seja pouco ou muito diferente, não importa, já nos esperneamos a reclamar do nosso inimigo declarado, o sujeito que fica lá no céu, em seu reino de luz e amor, deleitando-se por ver as formiguinhas aqui na terra (nós seres humanos) sermos esmagados por todo tipo de problemas, dificuldades, preocupações e adversidades que se possa imaginar.

Pior ainda, mesmo pedidos de natureza espiritual voltados para a caridade, amor ao próximo e salvação da alma são taxativamente negados. Olha! Vai entender, não é à toa que Santa Catarina de Jesus vai dizer que, por nos tratar assim, é que Jesus tem poucos amigos. Não bastasse, as coisas pioram ainda mais, porque parece que a afronta do divino criador, do divino salvador e do divino santificador toca ainda mais baixo o homem colocando-o num estado de miséria humana e espiritual que é de dar “dó” como se diz no ditado popular; se “ficar o bicho pega e se correr o bicho come” nos acomete outro ditado.

Minha nossa, podemos nos sentir como os personagens do livro de Tobias que chegaram a pedir em oração que Deus abreviasse toda a penúria da vida e os levassem enfim para um lugar melhor. Todavia, o livro de Jó demonstra a resignação que ele manteve perante o poder e a vontade de Deus. Não estamos, caros leitores, entre a cruz e a espada? Revoltas à parte, creio que cada um tem sua lista delas, sempre temos uma escolha: apostarmos nossa vida, toda ela, sem reservas, na palavra de Deus e no que nos ensinou Jesus, atirando-nos cegamente numa vida de fé ou vivermos no ver para crer do mundo. Vale sempre o lembrete: “Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência, dá ouvidos e acolhe as palavras de sabedoria; não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência, a fim de que no derradeiro momento tua vida se enriqueça. Aceita tudo o que te acontecer. Na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência. Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação. Põe tua confiança em Deus e ele te salvará; orienta bem o teu caminho e espera nele. Conserva o temor dele até na velhice” – Eclesiástico 2,1-6.

Fonte: Jefferson Roger


 

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