Sobre a condenação ao inferno vemos Jesus Cristo depor
contra essa realidade em mais de quatorze passagens bíblicas. Ora, não parece
ser assunto leviano ou de pouca importância. Ademais, até um pensamento
enraizado no bom senso não descartaria a ideia de prêmio e castigo, condenação
e correção, justo e injusto, certo e errado. Afinal, o ser humano consegue
aferir conceitos morais e éticos, valores familiares e íntegros; mesmo numa
sociedade doente e em crescente adoecimento.
Existe entre nós a imagem do falso bem e a imagem do falso
mal. Através do malabarismo das palavras, endossado e alimentado pelos desejos
desenfreados e desregrados, a valores são atribuídos e atualizados, novos
conceitos para novas realidades impostas por sempre, vamos repetir, desejos e
mais desejos – egoístas e desregrados.
Claro, ao menor sinal de dificuldade uma criança corre a
chorar e pedir pelo colo da mãe; machucou-se numa brincadeira, foi acossada pelo
irmão, sente que brigaram com ela numa espécie de bullying, lá vai a coitadinha
e incapaz de resolver as coisas sozinha, para debaixo da “asa materna”.
Por que os adultos querem agir de forma diferente quando o
assunto, que é ainda mais grave, se apresenta para impor um preço mais alto? A
salvação da alma? Nada de correr para baixo da proteção e do sustento divino? Nada
de reconhecer a necessidade de Jesus Cristo em suas vidas e estender a mão em
sua direção pedindo-lhe ajuda?
Eu não, pensam muitos, sua ajuda cobra um preço muito alto.
Me proíbe de muitas coisas que quero fazer, que quero ter, quero ganhar, quero
viver, tudo por conta de uma promessa feita a mim para crer no que não vejo,
crer que existe uma eternidade maravilhosa me aguardando caso eu aceite pastar
nesta vida, neste vale de lágrimas. Ainda por cima querem que eu creia que,
caso não aceite a proposta divina e resolva viver como bem me apetece, como “prêmio”
receberei a condenação eterna.
Duvido que exista esse inferno, deve ser uma coação para que
eu viva na escravidão das proibições (assim pensam muitos). E não parece isso
mesmo que vemos quando olhamos ao redor? Pessoas não dando a mínima para a
existência do mal e das suas consequências? Que triunfo do inimigo que é
condecorado com tamanho desprezo e pode então agir livremente. Graças a Deus
que, como disse Jesus, não é possível “enganar os escolhidos”, herdeiros do
reino, violentos no agir para alcançar o céu (Mateus 11,12), obreiros da vinha
do Senhor, seus imitadores (1ªCoríntios 11,1) e perseverantes na palavra de
Deus até o fim (Mateus 10,22). Para estes, a descrença do inferno não existe.
Fonte: Jefferson Roger
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