O Padre Kemphis, autor atribuído ao livro Imitação de
Cristo, já dizia que uma alma se torna inquieta enquanto não alcança aquilo que
busca. Além de ser uma grande verdade isso constitui um grande perigo. Sim,
porque a inquietude pode ter origens não tão saudáveis para a alma e para
corpo, como por exemplo, os vícios desregrados e as drogas.
A pessoa prova, gosta, sente o prazer, a satisfação; logo
quer mais (fez-se a ligação neurológica) e doses maiores da degustação
anterior. Não consegue mais se comandar, permitiu-se escravizar pelos desejos e
más paixões. Não consegue mais enxergar que não adianta ficar indo atrás
daquilo que irá, como consequência, trazer a perdição da alma.
Todavia, embotada na mente e nos sentidos, “toca o dane-se”,
age por impulso, compulsivamente e obsessivamente e só depois do ato consumado,
cai em si, sente a culpa (se ainda não estiver totalmente corrompida), e
percebe o quão longe da vida de graça afastou-se. Que perigo é uma situação
assim; Jesus nos ensinou que nas recaídas nos encontramos num estado sete vezes
pior do que quando caímos pela primeira vez.
O sujeito fica “amortecido”, fica inerte, preguiçoso,
entregue as toxidades da vida, espalhadas por toda a parte e misturadas no meio
de muita coisa por esse mundo afora. Não consegue se reerguer e retomar o
caminho da graça, aquele caminho difícil de trilhar, cheio de provações de fé, íngreme,
de poucas recompensas pelo caminho, porém, que nos conduz ao destino final mais
querido de qualquer alma inquieta: o paraíso celeste onde a glória e felicidade
eternas aguardam os perseverantes (Mateus 10,22).
Fonte: Jefferson Roger
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