sábado, 28 de janeiro de 2023

A verdade de Deus?


Nada disso, a verdade relativa e adulterada por conta de ideais diferentes dos moldes cristãos. Trata-se da censura patrocinada pelo Estado; uma tendência totalitária que tem se acelerado em todo o mundo com uma velocidade assustadora. Os governos, muitas vezes com a ajuda das “Big Tech”, estão eliminando os direitos constitucionais de liberdade de expressão de seus cidadãos e redefinindo o que passa por discurso aceitável, tudo em nome da "democracia".

Esse fenômeno está varrendo o mundo ocidental. Em muitos países europeus, o chamado "discurso de ódio" é proibido com multas pesadas ou até mesmo prisão para os infratores. Na prática, o discurso crítico do Islã ou da homossexualidade é punido, enquanto o discurso e até mesmo a violência contra os cristãos são permitidos. A mais recente ameaça vem da América do Sul sob o governo do recém-eleito presidente socialista do Brasil, Luiz Inácio "Lula" da Silva. Após sua libertação da prisão por uma tecnicalidade jurídica, ele concorreu e derrotou o presidente conservador Jair Bolsonaro no ano passado em uma eleição apertada e muito disputada. Agora, Lula está avançando a toda velocidade para silenciar qualquer oposição política ao seu governo.

Durante a eleição do ano passado, Lula falou publicamente nada menos que nove vezes sobre a necessidade de "regulamentar" as mídias tradicionais e online, incluindo as mídias sociais. "Nós definitivamente vamos regular as comunicações neste país porque será bom para o país e para a economia, e será muito melhor e mais saudável para a democracia", disse ele. No ano passado, o partido político de Lula, o PT, processou na Justiça Eleitoral brasileira para censurar jornalistas hostis e conteúdo online durante a eleição. Lula defendeu a ação, dizendo que é preciso "reeducar a sociedade brasileira sobre como usar a mídia". Pouco depois de Lula assumir o cargo de presidente, em 1º de janeiro, ele anunciou a criação de não um, mas três escritórios do governo para combater a "desinformação" e as "notícias falsas": o primeiro é o "Procurador Nacional da União para a Defesa da Democracia" sob a Procuradoria-Geral da República, com o objetivo declarado de "representar a União, judicial e extrajudicialmente, em demandas e procedimentos para responder e lidar com a desinformação sobre políticas públicas". O novo procurador-geral da República, Jorge Rodrigo Messias, embora admitindo que não há lei que defina "desinformação", propôs, no entanto, a sua própria: "Mentira intencional, maliciosa, com o claro objetivo de prejudicar a correta execução de políticas públicas com prejuízo à sociedade e com o objetivo de promover ataques deliberados aos membros dos Poderes com mentiras que efetivamente embaraçam o exercício de suas funções públicas". Outro órgão do governo para regular o discurso é o Departamento de Promoção da Liberdade de Expressão, sob a autoridade direta do próprio Lula. O objetivo é "propor e articular políticas públicas para promover a liberdade de expressão, o acesso à informação e o enfrentamento da desinformação e do discurso de ódio na internet, em articulação com o Ministério da Justiça e Segurança Pública". Uma terceira entidade para regular o discurso é o recém-criado Assessor Especial para a Defesa da Democracia, Memória e Verdade, subordinado ao Ministério dos Direitos Humanos.

Em todos esses casos, o governo se propõe a ser o juiz supremo para definir o que é verdade e o que é erro, o que é bom discurso e o que é discurso subversivo e ilegal. As definições que dá para "discurso de ódio" ou "notícias falsas" são tão vagas e ambíguas que podem ser aplicadas a qualquer discurso que o atual governo não goste. Pôncio Pilatos perguntou famosamente: "O que é a verdade?" No futuro, a única resposta legal será: o que quer que o Estado diga que é.

Fonte: Jefferson Roger com adaptação do site de tfp.org


 

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