domingo, 19 de fevereiro de 2023

A ruptura da fé


O padre desiludido, a menina que tenta contatar espíritos e acaba possuída, o ator que sela um pacto pela fama, a família que perde sua fé por conta das assombrações da casa. A lição é bem semelhante ao Pecado Original: quem cai em tentação está sujeito aos horrores celestiais.

Porém, a mensagem não é tão imaculada assim, afinal, bastaria ter fé que nada de mau iria lhe acontecer, certo? Aí é que estão os detalhes onde o diabo mora: boa parte dessas histórias de possessão, assombrações e exorcismos lida com um Deus distante, quase omisso, e de demônios muito mais presentes na rotina terrena. É trabalho seu (ou dos exorcistas de plantão) restabelecer essa conexão divina.

E por falar em trabalho, Jesus disse que sem ele nada podemos fazer (João 15,5). Se com fé, ainda que pequenina, é muito difícil seguir em frente, imaginemos como seria sem ela: presas certas do demônio. Todavia, como o ódio do diabo é imenso contra “todos” os filhos de Deus, nem é uma questão de ter fé ou não, ou ainda perdê-la, para que o mal ataque com tudo que tem. Padre Pio já dizia que quanto mais perto de Deus a alma está, maior é a tentação.

Ademais, não bastasse ser assim, também conhecemos os relatos privados de revelações divinas, onde ficamos cientes de que Deus se faz valer de sofrimentos alheios para ajudar na conversão dos pecadores; para isso o escolhido nem precisa não ter fé, lembremos dos exemplos de alguns santos que sofreram tentações e sofrimentos incríveis, tudo, para ajudar os menos abastados, mais pecadores. Ora, não é assim? Membros do corpo de Cristo! Os mais santos ajudam os menos santos para que a fé não pereça, se renove, se mantenha. Pois, a fé deve nunca perecer, graças a ela a pessoa não se permite mover sua vida numa direção diferente daquela aberta, ensinada, apontada e trilhada por Jesus Cristo: o caminho da porta estreita.

Fonte: Jefferson Roger


 

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