Era uma tarde de trabalho; pela primeira vez saía com um motorista
até então desconhecido. Apresentações iniciais e o serviço começara. Sua missão
era ir me levando pelos pontos da cidade predeterminados para a vistoria do dia.
Os quilômetros foram passando, o calor do dia não, e as apresentações, que a
pouco eram minúsculas e básicas, foram se desenvolvendo.
Uma ou outra questão ser idêntica, vá lá; agora muitos
aspectos da vida de duas pessoas serem parecidos, então, a coincidência ficou
bem para trás, nem sei mais em qual esquina. As semelhanças de vida eram tantas
e tamanhas que nós dois ficamos admirados por conta da quantidade de
acontecimentos semelhantes que aconteceram em nossas vidas. Nascemos no mesmo
mês, casamos na mesma época, temos filhos da mesma idade, perdemos ao menos um
filho, estamos trabalhando a mesma quantidade de tempo, perdemos a sogra que tínhamos
como segunda mãe, temos a mesma crença religiosa, professamos a mesma fé, temos
hábitos alimentares parecidos, somos devotos da mesma santa, educamos os filhos
com os mesmos princípios, consideramos o matrimônio da mesma forma e as “descobertas”
não pararam por aí. Eu, porém, irei parar de descrevê-las, pois, já percebeu o
caro leitor, ou está a ponto de perceber, onde isso irá parar.
Sim, foi o que você pensou. A tarde de trabalho de hoje
serviu a mim – e acredito que também para esse meu mais novo colega de trabalho
– para mostrar que a vida tem suas coisas boas, ruins, duras, tristes, verdadeiras e muito
consoladoras e que todas elas partem de Deus para os seus filhos “sem distinção
de pessoas”, como lemos nas sagradas escrituras. Ademais, serviu também para
mostrar que o caminho de Deus está aí, para chegarmos ao céu é que ele foi
aberto por Jesus Cristo. Por essa trilha (quero aqui chamar por essa linha de
Deus) todos são convidados a andar. Os que escolhem fazê-lo com perseverança
caminham para a frente com a cruz nas costas (Lucas 9,23) e certos de que Deus
não abandona quem o procura com um coração sincero. “Não desanimeis embora
venham ventos contrários”.
Horas é fácil viver, horas é mais difícil, pois bem, a entrada no céu nunca foi
pelo Cristo, declarada fácil. Fiquemos, pois, dentro das linhas de Deus.
Fonte: Jefferson Roger