quarta-feira, 22 de março de 2023

As linhas de Deus


Era uma tarde de trabalho; pela primeira vez saía com um motorista até então desconhecido. Apresentações iniciais e o serviço começara. Sua missão era ir me levando pelos pontos da cidade predeterminados para a vistoria do dia. Os quilômetros foram passando, o calor do dia não, e as apresentações, que a pouco eram minúsculas e básicas, foram se desenvolvendo.

Uma ou outra questão ser idêntica, vá lá; agora muitos aspectos da vida de duas pessoas serem parecidos, então, a coincidência ficou bem para trás, nem sei mais em qual esquina. As semelhanças de vida eram tantas e tamanhas que nós dois ficamos admirados por conta da quantidade de acontecimentos semelhantes que aconteceram em nossas vidas. Nascemos no mesmo mês, casamos na mesma época, temos filhos da mesma idade, perdemos ao menos um filho, estamos trabalhando a mesma quantidade de tempo, perdemos a sogra que tínhamos como segunda mãe, temos a mesma crença religiosa, professamos a mesma fé, temos hábitos alimentares parecidos, somos devotos da mesma santa, educamos os filhos com os mesmos princípios, consideramos o matrimônio da mesma forma e as “descobertas” não pararam por aí. Eu, porém, irei parar de descrevê-las, pois, já percebeu o caro leitor, ou está a ponto de perceber, onde isso irá parar.

Sim, foi o que você pensou. A tarde de trabalho de hoje serviu a mim – e acredito que também para esse meu mais novo colega de trabalho – para mostrar que a vida tem suas coisas boas, ruins, duras, tristes, verdadeiras e muito consoladoras e que todas elas partem de Deus para os seus filhos “sem distinção de pessoas”, como lemos nas sagradas escrituras. Ademais, serviu também para mostrar que o caminho de Deus está aí, para chegarmos ao céu é que ele foi aberto por Jesus Cristo. Por essa trilha (quero aqui chamar por essa linha de Deus) todos são convidados a andar. Os que escolhem fazê-lo com perseverança caminham para a frente com a cruz nas costas (Lucas 9,23) e certos de que Deus não abandona quem o procura com um coração sincero. “Não desanimeis embora venham ventos contrários”. Horas é fácil viver, horas é mais difícil, pois bem, a entrada no céu nunca foi pelo Cristo, declarada fácil. Fiquemos, pois, dentro das linhas de Deus.

Fonte: Jefferson Roger


 

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sexta-feira, 17 de março de 2023

Leve só o que for bom


Lemos nos versículos bíblicos que devemos apenas reter para nossas vidas aquilo que for bom, e bom segundo os desígnios divinos. Eis aí um dos grandes problemas, pois muitas vezes o que é bom para o ser humano – segundo sua própria visão – não é bom aos olhos de Deus. Padre Kempis vai dizer em seu livro A imitação de Cristo que não é raro ao homem desobedecer a Deus.

Haja vista a constante inquietação da alma – continua o padre – quando ela não alcança aquilo que almeja. Sua busca torna-se incansável, até perigosamente insaciável e isso vai lhe tirando as regras da vida onde estas dão lugar à tudo que é desenfreado e indevido. Lembrando: sempre aos solhos de Deus. Claro, na luta contra as tentações sempre podemos aferir que o diabo está a refletir: na próxima eu o pego. Para ele, sempre existe a próxima oportunidade do desatento filho de Deus querer experimentar um passeio na vida longe da estrada dos tijolos amarelos, longe da trilha que Gandalf disse para Frodo não deixar.

Jesus, neste aspecto, é muito prático. Já na época apostólica instruiu os discípulos a não carregarem em sua jornada o que for além do necessário para suas viagens. O mesmo vale, podemos colocar aqui, para nossas vidas. O excesso bate sempre em nossa porta, buscando convencer-nos de que fomos feitos para consumir. Nada escapa, inclusive os próprios seres humanos são, de forma muito ardilosa, transformados pelo demônio em objetos de consumo, próprio para os pecados da carne, que mais levam almas para o inferno segundo palavras de Nossa Senhora.

Cabe sempre uma escolha, a todo instante, a todo momento; por trás de coisas boas de origem divinas nunca caberão arrependimentos. Nesta vida, temos que seguir em frente, pois o tempo segue nossos passos aguardando a autorização de Deus para nos segurar e colocar um ponto final nesta etapa de nossas vidas, encerrando para sempre o tic-tac dos corações. Neste dia, o dia do juízo, para ouvirmos o vinde benditos, pronunciado por Jesus Cristo, em sua presença temos que estar com nossas obras (Apocalipse 22,12) e nossa cruz, devidamente colocada ao lado da dele no Calvário. Fora isso, o restante, como lemos em Eclesiastes, é vaidade: vaidade perigosa e corrosiva, que pode por prazeres terrenos nos causar tormentos eternos.

Fonte: Jefferson Roger


 

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sexta-feira, 10 de março de 2023

Cuidado, tudo sempre pode piorar


Quem está de pé cuide para que não caia – lemos esta exortação nas cartas apostólicas. Sem dúvida, grande verdade, pois, a certeza da entrada no paraíso celeste só virá depois que Jesus Cristo pronunciar a sentença tão esperada: vinde benditos. Até lá, em nossos encalços eis que vemos, como uma sombra, Satanás e seu séquito infernal a tentar nos derrubar com todo o “poder de fogo” que eles possuem.

Claro, se tentássemos lutar sozinhos seria desde o início uma batalha perdida. Não bastasse comprovarmos isso na prática todos os dias, é o próprio Cristo que garante essa infrutífera tentativa de nossa parte: “sem mim nada podeis fazer – João 15,5. Vale sempre repetir; neste nada está incluída a tentativa de nos salvarmos utilizando apenas meios próprios. Caso ajamos assim, recusando conscientemente a ajuda divina, que está disponível para todos que procuram a Deus com um coração sincero, por conta disso padeceremos antes mesmo do decreto divino no dia de nosso juízo.

Já que tudo é passageiro e a vida não se sabe o quanto irá durar, as más línguas vão logo propagando a ideia de que é melhor aproveita-la, gastar nossa saúde e tempo atrás das felicidades do mundo. Esquecer que a saúde é presente de Deus e usa-la para chafurdar nos prazeres mundanos, além de muito ofender a Deus, só gera espiritualmente uma fatura para ser paga, quem sabe, no aqui e agora.

A queda de cada um está a uma distância de um tombo; não existe exceção. É difícil nos conservarmos na graça de Deus se quisermos viver longe de suas regras. A cada vez que o homem sede as tentações da opção de vida número dois, termina comprometendo seu estado final, que é perpétuo. Esquece o ser humano que um dia o tempo não existirá mais e tudo que sempre pode piorar, se não formos vigilantes e orarmos sem cessar como nos pede Jesus Cristo, poderá se transformar numa condição horrível de condenação eterna. Ainda é o tempo da escolha, e ela acontece sempre no aqui e agora, pois não sabemos quanto tempo temos e não sabemos se o próximo minuto de nossas vidas será o último.

Fonte: Jefferson Roger


 

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terça-feira, 7 de março de 2023

Eu sonhei um sonho


A vida é repleta de sonhos; bons, ruins, sonhos que sonhamos enquanto dormimos e sonhos que sonhamos acordados. Sobre estes, podemos refletir um pouco, pois, podem não passar disso, sendo apenas como um desejo que o vento pode levar de nossas mentes, ou então, pode amadurecer muito, tornando-se um anseio. Algo que realmente queremos lá do fundo de nossas almas.

Sonhamos em ter uma vida boa, sonhamos em ter coisas materiais, sonhamos não passar por muitos problemas e dificuldades na vida. Então, eis que surge o todo poderoso Deus a nos mostrar com sua delicadeza nada delicada, que nossa vida “mata” muitos de nossos sonhos; sobretudo quando eles não estiverem alinhados com a vontade divina. Este são varridos mais rapidamente ainda da existência.

O ser humano é assim, ser pensante que formula ideias mil, se quiser, pensa muito sobre muita coisa. Aprende, desaprende, acerta, erra e assim vai tentando fazer aquilo que acha ser o certo. Neste ponto, o pobre do ser humano se torna muito cobiçado pelo cabo de guerra sobrenatural: Deus e o diabo o querem para perto de si e cabe ao homem fazer a sua escolha. Como uma criança que tem seus desejos interrompidos por uma pandemia (andar a cavalo) e que, pode vislumbrar o renascer de uma realidade em sua vida, o ser humano deve viver a vida com a perseverança (a última que morre). Isso mesmo, pois, se a esperança for a última a morrer, não poderá ser recuperada já que a perseverança se foi antes dela.

Isso nos ensinou Jesus em seu evangelho: “aquele que perseverar até o fim será salvo” – Mateus 10,22. Eis aí um dos perigos. Alguém se recorda do ditado popular que diz que o sujeito nadou, nadou, nadou e morreu na praia? Pois é, que em nossa vida, material e espiritual não sejamos assim, sejamos perseverantes para que o sonho de morar no paraíso se torne um anseio e com a ajuda da perseverança se torne uma realidade.

Fonte: Jefferson Roger


 

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sexta-feira, 3 de março de 2023

Existem coisas que não passam


Ou, se formos olhar na perspectiva do mal, as coisas passam sim: o diabo, astuto que é, consegue misturas suas verdades em mentiras e modificar, pelo menos aparentemente, a concepção do mal para algo bom. Nada passa desapercebido pelo inimigo número um de nossas almas. Sempre será possível para ele, transformar em oportunidade, uma situação em que nos apresentemos sem a vigilância pedida e orientada por Jesus Cristo.

Como lemos na bíblia, devemos quando estamos em pé, cuidarmos para que não caiamos. Pois bem, em nossas vidas já podemos dizer que passamos por experiências boas e ruins diversas vezes. Vamos nós outra vez: lemos isso também nas sagradas escrituras; de que na época boa, devemos nos recordar dos maus tempos e nos maus tempos devemos ter paciência e fé em Deus porque os bons tempos retornarão.

A vida é assim, o ditado popular diz que é cheia de altos e baixos, bem ao estilo montanha russa. E exatamente como ela, quando estamos lá em cima, de um só golpe despencamos ribanceira abaixo, caso não estejamos em comunhão plena com Deus. No alto dessa montanha de nossas vidas, sempre existem as ocasiões de pecado. Lá permeiam as tentações de diversos gêneros. Um arsenal imenso para atacar a todos os tipos de fé e graus de santidade dos filhos de Deus. Não se preocupe, caro leitor, sei que já sabe, existe uma fatia do bolo (um tipo de tentação), para cada um.

É assim que as coisas estão colocadas; as investidas do mal nunca cessam, podem arrefecer, dar algum respiro para nós, embora seja raro; mas é certo de que o mal nunca se satisfaz. Nos quer na lama dos pecados, afundados e chafurdando, enlameados nos prazeres do mundo, bem contrários as alegrias celestes. Todavia, assim como este ataque, enquanto vivos, nunca passa, também, da parte de Deus a sua vontade de nos ter no céu, ao seu lado para todo o sempre. Cabe aqui a escolha de cada um.

Fonte: Jefferson Roger


 

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