sexta-feira, 17 de março de 2023

Leve só o que for bom


Lemos nos versículos bíblicos que devemos apenas reter para nossas vidas aquilo que for bom, e bom segundo os desígnios divinos. Eis aí um dos grandes problemas, pois muitas vezes o que é bom para o ser humano – segundo sua própria visão – não é bom aos olhos de Deus. Padre Kempis vai dizer em seu livro A imitação de Cristo que não é raro ao homem desobedecer a Deus.

Haja vista a constante inquietação da alma – continua o padre – quando ela não alcança aquilo que almeja. Sua busca torna-se incansável, até perigosamente insaciável e isso vai lhe tirando as regras da vida onde estas dão lugar à tudo que é desenfreado e indevido. Lembrando: sempre aos solhos de Deus. Claro, na luta contra as tentações sempre podemos aferir que o diabo está a refletir: na próxima eu o pego. Para ele, sempre existe a próxima oportunidade do desatento filho de Deus querer experimentar um passeio na vida longe da estrada dos tijolos amarelos, longe da trilha que Gandalf disse para Frodo não deixar.

Jesus, neste aspecto, é muito prático. Já na época apostólica instruiu os discípulos a não carregarem em sua jornada o que for além do necessário para suas viagens. O mesmo vale, podemos colocar aqui, para nossas vidas. O excesso bate sempre em nossa porta, buscando convencer-nos de que fomos feitos para consumir. Nada escapa, inclusive os próprios seres humanos são, de forma muito ardilosa, transformados pelo demônio em objetos de consumo, próprio para os pecados da carne, que mais levam almas para o inferno segundo palavras de Nossa Senhora.

Cabe sempre uma escolha, a todo instante, a todo momento; por trás de coisas boas de origem divinas nunca caberão arrependimentos. Nesta vida, temos que seguir em frente, pois o tempo segue nossos passos aguardando a autorização de Deus para nos segurar e colocar um ponto final nesta etapa de nossas vidas, encerrando para sempre o tic-tac dos corações. Neste dia, o dia do juízo, para ouvirmos o vinde benditos, pronunciado por Jesus Cristo, em sua presença temos que estar com nossas obras (Apocalipse 22,12) e nossa cruz, devidamente colocada ao lado da dele no Calvário. Fora isso, o restante, como lemos em Eclesiastes, é vaidade: vaidade perigosa e corrosiva, que pode por prazeres terrenos nos causar tormentos eternos.

Fonte: Jefferson Roger


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário