Lemos nos versículos bíblicos que devemos apenas reter para
nossas vidas aquilo que for bom, e bom segundo os desígnios divinos. Eis aí um
dos grandes problemas, pois muitas vezes o que é bom para o ser humano –
segundo sua própria visão – não é bom aos olhos de Deus. Padre Kempis vai dizer
em seu livro A imitação de Cristo que não é raro ao homem desobedecer a Deus.
Haja vista a constante inquietação da alma – continua o
padre – quando ela não alcança aquilo que almeja. Sua busca torna-se
incansável, até perigosamente insaciável e isso vai lhe tirando as regras da
vida onde estas dão lugar à tudo que é desenfreado e indevido. Lembrando:
sempre aos solhos de Deus. Claro, na luta contra as tentações sempre podemos
aferir que o diabo está a refletir: na próxima eu o pego. Para ele, sempre
existe a próxima oportunidade do desatento filho de Deus querer experimentar um
passeio na vida longe da estrada dos tijolos amarelos, longe da trilha que
Gandalf disse para Frodo não deixar.
Jesus, neste aspecto, é muito prático. Já na época
apostólica instruiu os discípulos a não carregarem em sua jornada o que for
além do necessário para suas viagens. O mesmo vale, podemos colocar aqui, para
nossas vidas. O excesso bate sempre em nossa porta, buscando convencer-nos de
que fomos feitos para consumir. Nada escapa, inclusive os próprios seres
humanos são, de forma muito ardilosa, transformados pelo demônio em objetos de
consumo, próprio para os pecados da carne, que mais levam almas para o inferno
segundo palavras de Nossa Senhora.
Cabe sempre uma escolha, a todo instante, a todo momento;
por trás de coisas boas de origem divinas nunca caberão arrependimentos. Nesta
vida, temos que seguir em frente, pois o tempo segue nossos passos aguardando a
autorização de Deus para nos segurar e colocar um ponto final nesta etapa de
nossas vidas, encerrando para sempre o tic-tac dos corações. Neste dia, o dia
do juízo, para ouvirmos o vinde benditos, pronunciado por Jesus Cristo, em sua
presença temos que estar com nossas obras (Apocalipse 22,12) e nossa cruz,
devidamente colocada ao lado da dele no Calvário. Fora isso, o restante, como
lemos em Eclesiastes, é vaidade: vaidade perigosa e corrosiva, que pode por
prazeres terrenos nos causar tormentos eternos.
Fonte: Jefferson Roger
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