terça-feira, 25 de abril de 2023

O nível hard


Hoje precisei, para encerramento de mais uma etapa acadêmica (estágio de regência), dar uma aula para uma turma do ensino fundamental I. Por ter habilidade de ensinar e assim o fazer a muito tempo já – desde 1985 – de fato, não foi tarefa das mais difíceis. Muitos fatores contribuíram para o “sucesso da missão”. Todavia, para o contexto deste site, precisamos refletir sobre assuntos mais sérios e graves, que como sempre dizemos por aqui, estão relacionados com a salvação da alma e as escolhas que fazemos.

Pois bem, pouco antes de ir embora, já nas despedidas aqui e ali, uma das funcionárias comentou comigo que “para mim tinha sido moleza dar esta aula de hoje (no quinto ano do ensino fundamental I), pois eu já estava no nível ‘hard’ de dificuldade”. Vamos esclarecer, o pessoal da escola sabia que atualmente estou dando aulas no ensino médio, os jovens adolescentes, que ainda não deixaram totalmente de ser crianças e ainda não são adultos por completo. Aquela faixa etária bem delicada.

Jovens que desrespeitam a autoridade dos professores em sala, ainda que antes disso, se deva o respeito ao próximo, ser humano, independente de títulos. Jovens que chegam ao ponto de elevarem esse desrespeito ao nível dos xingamentos e ofensas diretas (relatos de meus colegas de escola). O desdém é tamanho que parece haver em tempos atuais novas barreiras que não permitem mais a eles compreenderem a seriedade que é viver e adquirir conhecimento para se bem viver em sociedade.

Realmente a dificuldade existe; em que ponto perdermos a mão? Por que muitos deles não abraçam mais a oportunidade de aprender sobre tudo, de forma sadia, saudável e benéfica, para que se tornem pessoas de bem, cidadãos ativos e responsáveis, chefes de família e bons exemplos de moral, pudor e ética? Por que a rebeldia quase constante? Jovens inquietos em sala de aula que não conseguem fazer silêncio, ficar sem se mexer, dar atenção ao que se compartilha em apenas poucos minutos? O celular é apenas bem-vindo para coisas que não envolvam responsabilidades estudantis, fora isso sempre dizem que não possuem tempo, pacote de dados, internet ou disposição para as obrigações pertinentes ao seu estado de vida. Falo com convicção que lhes falta um apego a Deus e uma família também apegada a ele, (não as coisas do mundo), assim é em minha casa.

Sem dúvida, o nível é “hard”, mas não chegou ainda ao extremo: existe o nível “hardest”. Para nós que abraçamos o fardo da missão de sermos professores e contribuirmos ajudando as pessoas a aprenderem, apenas exercemos uma extensão daquilo que fazemos em casa e em relação ao nosso convívio com Deus. Falo aqui por mim, que jamais desanimarei embora venham ventos contrários.

Fonte: Jefferson Roger


 

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