Caro leitor, quando os militares em missão planejada, por algum motivo percebem não haver êxito na investida, cujo um dos motivos seja, além do insucesso, uma possível perda de vidas, não é raro que os responsáveis pela missão decidam abortá-la. Percebem? Neste contexto, abortar é interromper o desenrolar da atividade para que não haja prejuízo de vidas. Só por cogitarem a possibilidade de se perder um combatente, é melhor não seguir em frente.
Já sob a ótica social, abortar é interromper a vida de uma pessoa que está dentro do ventre materno. Atualmente algumas possibilidades permitem o aborto no país: quando a gravidez é resultado de estupro; quando a gravidez representa risco de vida para a mulher; quando o feto apresenta anencefalia, ou seja, não há desenvolvimento cerebral. Aqui no Brasil não está estabelecido um limite máximo de gestação para o aborto legal. Todavia, o Ministério da Saúde orienta que a interrupção da gravidez ocorra até a 20ª ou 22ª semana, desde que o feto pese menos de 500 gramas.
Para ilustrar, informamos também que em 12 de junho de 2024, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência de votação do PL 1904/24, que equipara o aborto após 22 semanas de gravidez ao crime de homicídio. E já que estamos a falar em projetos de lei, em 2012 criou-se a PEC 164/12, muito polêmica, que visa alterar o texto constitucional para tornar o aborto em qualquer esfera, um crime. Claro, quem não é da direita e não segue na íntegra os princípios cristãos, engendram muitos argumentos para repudiar e acusar essa questão promovida pela PEC 164/12. Nela, a vida passa a ser considerada a partir da concepção e não a partir do nascimento, invalidando qualquer tentativa de legalidade para se “matar” um bebê, que não sendo culpado de nada que envolveu sua mãe teria sua vida interrompida. O assunto sempre será polêmico e incansável a discussão; muitos morrerão defendendo o aborto e muitos morrerão sendo contra Nós aqui do site Devotos de Maria, somos contra, respeitamos assim como Jesus respeitava os outros, mas, assim como ele, nos posicionamos. E para acrescentar, nada data de ontem, depois de muito esforço, essa PEC foi para votação na Comissão de Constituição de Justiça da Câmara dos Deputados e foi aprovada por 35 votos contra 15. Ainda seguem algumas instâncias políticas até que isso termine, porém, já se vê um andar, ainda que lento e, por todo o país, manifestações contrárias e favoráveis acontecem.
Vejamos uma situação: se a mulher é estuprada e fica grávida, a culpa não é do bebê, tampouco dela, a culpa é de quem estuprou. Em um país que não existe pena de morte por que justamente punir de morte o resultado do estupro? Vão dizer que a mulher não queria ser mãe (de primeira viagem ou mãe novamente) e, por isso, por conta dessa vontade e da situação que a levou a engravidar, lhe seria dado o direito de eliminar de sua vida essa nova vida que, vale lembrar – foi permitida por Deus em seus insondáveis e incompreensíveis desejos – passou a existir desde a concepção; fato já comprovado cientificamente. Quando Deus permite que uma nova vida seja gerada no ventre materno, seja em quais condições e estado for, ele quer ver como está a relação da mãe e dos que a cercam com ele. Certamente é uma das formas dele ver o quanto a pessoa o ama incondicionalmente ao ponto do desprezo próprio de suas vontades e egoísmos.
As pessoas que são a favor do aborto, precisam então, conscientemente, se posicionarem contra a oração que Jesus nos ensinou: a oração do Pai Nosso; lá se diz para Deus: “seja feita a Vossa vontade, assim na terra como no céu”, ou seja, não a de quem reza. Esse é um dos grandes motivos desta oração ser assustadora para muitos. O cristão aprendeu na palavra de Deus que tudo acontece por permissão divina e se ele quiser se rebelar contra isso porque algumas decisões divinas para sua vida o contrariam, arruma para si grandes incompatibilidades para com o senhor de sua vida, seu criador. Mas isso, essa decisão, caberá a cada um sobre ela, explicar-se no dia do seu juízo.
Fonte: Jefferson Roger