As
aparições do Anjo de Portugal Em 1916 o Anjo de Portugal apareceu aos 3
pastorinhos e os ensinou a rezar, preparando-os para as aparições de Nossa
Senhora em 1917. Em Portugal, ao sul de uma cidade chamada Fátima, na aldeia de
Aljustrel, viviam, no começo do século XX, três pastorinhos: Lúcia de Jesus dos
Santos e seus primos Francisco e Jacinta Marto. Como todas as crianças
inocentes e simples das montanhas daquela época, gostavam de brincar, jogar,
ouvir histórias e sair com as ovelhas. Rezavam com regularidade o terço que
levavam consigo sempre quando conduziam o rebanho a pastorear. Lúcia era a mais
velha. Dócil e bondosa estava sempre pronta para ajudar os outros. Ensinava as
crianças a cantarem versos a Nossa Senhora e contava-lhes histórias. Jacinta
tinha especial afeição pela narração da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Vendo Jesus pregado na cruz, Jacinta perguntava à Lúcia: “Por que Jesus está
pregado na Cruz?“
“Porque morreu para nos salvar”, respondia Lúcia.
“Conta-me
como foi….” implorava a menina. Ouvindo a narração de sua prima Lúcia, Jacinta
começava, então, a chorar e dizia: “Coitadinho de Nosso Senhor! Eu não hei de
fazer nenhum pecado; não quero que Jesus sofra mais.”
O menino Francisco era um
exemplo de obediência e amabilidade. Tinha a alma aberta para contemplar as
belezas da natureza, que o faziam meditar na grandeza de Deus. Levavam esses
três pastorinhos uma vida simples e tranqüila, até que ocorreu, em 1916, um
tremendo e imprevisto acontecimento. Certo dia… Estavam Lúcia, Jacinta e
Francisco com suas ovelhas numa pequena colina chamada Loca do Cabeço. De
repente, um forte vento começou a sacudir as árvores. Viram então, sobre a copa
das árvores, uma luz mais branca que a neve, com a forma de um jovem
transparente, de seus catorze ou quinze anos.
Ele era de uma grande beleza e
mais brilhante que um cristal atravessado pelos raios do sol. “Não temais
–disse o jovem – sou o Anjo da Paz. Rezai comigo.“ E, ajoelhando-se,
inclinou-se até encostar a cabeça no chão.
Os três pastorinhos o imitaram e
repetiram as palavras que ouviram o Anjo dizer: “Meu Deus! Eu creio, adoro,
espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão por todos aqueles que não crêem, não adoram,
não esperam e não Vos amam“.
Depois, levantando-se, disse: “Orai assim. Os
Corações de Jesus e Maria estão atentos à voz das vossas súplicas.” E logo em
seguida desapareceu. As três crianças sentiram fortemente a presença de Deus.
Permaneceram um tempo na mesma posição em que o Anjo os tinha deixado,
repetindo várias vezes a mesma oração. Essas palavras gravaram-se de tal forma
em suas cabeças, que jamais as esqueceram.
Outro dia… Estavam os três
pastorinhos junto ao poço do quintal dos pais de Lúcia, brincando, quando, de
repente, viram o mesmo Anjo, que lhes disse: “Que fazeis? Orai, orai muito. Os
Corações Santíssimos de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia.
Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios.“
“Como nos havemos
de sacrificar?” – perguntou Lúcia.
“De tudo que puderdes, oferecei a Deus um
sacrifício em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de
súplica pela conversão dos pecadores. Atraí, assim, sobre vossa Pátria, a paz.
Eu sou o Anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo, aceitai e suportai,
com submissão, o sofrimento que o Senhor vos enviar.“
Essas palavras do Anjo
gravaram-se no espírito dos três pastorinhos como uma luz que os fazia
compreender quem era Deus, que amava os homens e queria ser amado. Começaram a
entender, também, o valor do sacrifício, que agradava a Deus, e que Deus, por
meio dele, convertia os pecadores. Por isso, desde esse momento, as três
crianças começaram a oferecer ao Senhor tudo o que as fazia sofrer.
Meses
depois… Os três pastorinhos estavam novamente na Loca do Cabeço, local da
primeira aparição. Após rezarem o terço e a oração que o Anjo lhes havia
ensinado, eis que aparece o Anjo, trazendo na mão um Cálice e, sobre ele, uma
Hóstia, da qual caíam dentro do Cálice algumas gotas de sangue.
O Anjo deixou o
Cálice suspenso no ar, e prostrou-se em terra, repetindo três vezes a oração:
“Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e
ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo,
presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios
e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do seu
Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos
pobres pecadores“.
E, levantando-se, tomou novamente o Cálice e a Hóstia. Deu à
Lúcia a Sagrada Hóstia e deu a beber o Sangue do Cálice à Jacinta e ao
Francisco, dizendo ao mesmo tempo: “Tomai e bebei o Corpo e o Sangue de Jesus
Cristo, horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e
consolai o vosso Deus.“ E, prostrando-se por terra, repetiu com eles três vezes
a mesma oração.
O Anjo da Paz veio preparar as crianças para as importantes e
reveladoras aparições de Nossa Senhora em Fátima, que começaram a ocorrer logo
a seguir. A emocionante passagem que acabamos de ler, e que foi relatada por
Lúcia, aconteceu quando ela tinha apenas nove anos, e os priminhos, Francisco e
Jacinta, oito e seis anos, respectivamente.
Primeira aparição de Nossa Senhora de Fátima
13 de maio de 1917
Lúcia,
Francisco e Jacinta estavam brincando num lugar chamado Cova da Iria. De
repente, observaram dois clarões como de relâmpagos, e em seguida viram, sobre
a copa de uma pequena árvore chamada azinheira, uma Senhora de beleza
incomparável. Era uma Senhora vestida de branco, mais brilhante que o sol,
irradiando luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água
cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente. Sua face,
indescritivelmente bela, não era nem alegre e nem triste, mas séria, com ar de
suave censura. As mãos juntas, como a rezar, apoiadas no peito, e voltadas para
cima. Da sua mão direita pendia um Rosário. As vestes pareciam feitas somente
de luz. A túnica e o manto eram brancos com bordas douradas, que cobria a
cabeça da Virgem Maria e lhe descia até os pés. Lúcia jamais conseguiu
descrever perfeitamente os traços dessa fisionomia tão brilhante.
Com voz
maternal e suave, Nossa Senhora tranqüiliza as três crianças, dizendo: Nossa
Senhora: “Não tenhais medo. Eu não vos farei mal.”
E Lúcia pergunta: Lúcia:
“Donde é Vossemecê?”
Nossa Senhora: “Sou do Céu!”
Lúcia: “E que é que vossemecê
me quer?
Nossa Senhora: “Vim para pedir que venhais aqui seis meses seguidos,
sempre no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero.
Em seguida, voltarei aqui ainda uma sétima vez.”
Lúcia: “E eu também vou para o
Céu?”
Nossa Senhora: “Sim, vais.”
Lúcia: “E a Jacinta?”
Nossa Senhora: “Também”
Lúcia: “E o Francisco?”
Nossa Senhora: “Também. Mas tem que rezar muitos
terços”.
Lúcia: (Lembrei-me então de perguntar por duas raparigas que tinham morrido há pouco. Eram minhas amigas e estavam em minha casa a aprender a tecedeiras com minha irmã mais velha). “A Maria das Neves já está no céu?”
Nossa Senhora: “Sim, está”.
Lúcia: (parece-me que devia ter uns 16 anos). “E a Amélia?”
Nossa Senhora: “Estará no purgatório até o fim do mundo”.
“Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os
sofrimentos que Ele quiser mandar-vos, em ato de reparação pelos pecados com
que Ele é ofendido, e de súplica pela conversão dos pecadores?”
Lúcia: “Sim,
queremos”
Nossa Senhora: “Tereis muito que sofrer, mas a graça de Deus será o
vosso conforto”.
Ao pronunciar estas últimas palavras, Nossa Senhora abriu as
mãos, e delas saía uma intensa luz. Os pastorinhos sentiram um impulso que os
fez cair de joelhos, e rezaram em silêncio a oração que o Anjo havia lhes
ensinado: As três crianças: “Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu
Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento.” Passados uns momentos, Nossa
Senhora acrescentou: Nossa Senhora: “Rezem o Terço todos os dias, para
alcançarem a paz para o mundo, e o fim da guerra.” Em seguida, cercada de luz,
começou a elevar-se serenamente, até desaparecer.
Segunda aparição de Nossa Senhora de Fátima
13 de junho de 1917
Antes da segunda aparição, os pastorinhos notaram novamente
um clarão, a que chamavam relâmpago, mas que não era propriamente um relâmpago.
Era o reflexo de uma luz que se aproximava. Além dos pastorinhos, havia,
também, cerca de 50 pessoas. Mas essas pessoas não viam Nossa Senhora. Lúcia
começou a falar com Nossa Senhora.
Lúcia: “Vossemecê que me quer?
Nossa
Senhora: “Quero que venhais aqui no dia treze do mês que vem. Que Rezeis o
Terço todos os dias, e que aprendais a ler. Depois direi o que quero”
Lúcia
pediu a cura de uma pessoa doente, e Nossa Senhora lhe disse: Nossa Senhora:
“Se se converter, curar-se-á durante o ano.”
Lúcia: “Queria pedir-lhe para nos
levar para o Céu”.
Nossa Senhora: “Sim. A Jacinta e o Francisco, levo-os em
breve. Mas tu, ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para me
fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado
Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação. E serão queridas de DEUS estas
almas, como flores postas por Mim a adornar o Seu trono”.
Lúcia: “Fico cá
sozinha?”
Nossa Senhora: “Não filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca
te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio, e o caminho que te
conduzirá até Deus”. Foi no momento em que disse estas últimas palavras, que
Nossa Senhora abriu as mãos e iluminou os pastorinhos, pela segunda vez, com o
reflexo dessa luz imensa. Nela eles sentiram-se como que envolvidos por Deus. À
frente da palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um Coração cercado de
espinhos, que pareciam estar cravados nele. Os três pastorinhos compreenderam
que era o Imaculado Coração de Maria, ofendido pelos pecados da humanidade, que
queriam ser reparados. Nossa Senhora, envolta ainda na luz que dEla irradiava,
elevou-se sem esforço, suavemente, até desaparecer.
Terceira aparição de Nossa Senhora de Fátima
13 de julho de 1917
Uma nuvenzinha pairou sobre a azinheira. O sol se ofuscou.
Uma brisa fresca soprou sobre a terra, apesar de ser o auge do verão. Os
pastorinhos viram o reflexo da luz – como nas aparições anteriores – e, em
seguida, viram Nossa Senhora sobre a arvorezinha chamada azinheira.
Então,
Lúcia pergunta a Nossa Senhora: Lúcia: Vossemecê que me quer?
Nossa Senhora:
Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vêm, que continuem a rezar o Terço
todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo
e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer”.
Lúcia: Queria pedir-lhe
para nos dizer quem é, e para fazer um milagre, com que todos acreditem que
vossemecê nos aparece.
Nossa Senhora: Continuem a vir aqui todos os meses. Em
Outubro direi quem sou, o que quero, e farei um milagre, que todos hão de ver
para acreditarem. Lúcia fez alguns pedidos de conversões, de curas e de outras
graças. Nossa Senhora responde recomendando sempre a reza do Terço, que assim
alcançariam as graças durante o ano. Depois acrescentou:
Nossa Senhora:
“Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes, e em especial sempre que
fizerdes algum sacrifício: Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos
pecadores, e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de
Maria”. Ao dizer estas últimas palavras, abriu de novo as mãos, como nos meses
anteriores. “O reflexo de luz (que delas saía) pareceu penetrar na terra. E
vimos como que um grande mar de fogo. E, mergulhados nesse fogo, estavam os
demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras ou
bronzeadas, com forma humana, que flutuavam no incêndio, levadas pelas chamas
que delas mesmas saíam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os
lados – semelhante ao cair das fagulhas nos grandes incêndios – sem peso nem
equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero, que horrorizavam e
faziam estremecer de pavor. Os demônios distinguiam-se por formas horríveis e
asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes como negros
carvões em brasa. A visão durou apenas um momento, durante o qual Lúcia soltou
um Lúcia: “Ai!” Assustados, e como a pedir socorro, as três crianças levantaram
os olhos para Nossa Senhora, que lhes disse, com bondade e tristeza:
Nossa
Senhora: “Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para
salvá-las, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração.
Se fizerem o que eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra
vai acabar. Mas, se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI
começará outra pior. Quando virdes uma noite iluminada por uma luz
desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá, de que vai punir o
mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome, e de perseguições à Igreja e
ao Santo Padre. Para impedir isso, virei pedir a consagração da Rússia ao meu
Imaculado Coração, e a Comunhão Reparadora nos Primeiros Sábados. Se atenderem
a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz. Se não, espalhará os seus
erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão
martirizados. O Santo Padre terá muito que sofrer. Várias nações serão
aniquiladas. Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre
consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum
tempo de paz. Em Portugal, conservar-se-á sempre o dogma da Fé. Isto não digais
a ninguém. Ao Francisco sim, podeis dizê-lo. E, passados uns instantes, Nossa
Senhora disse aos pastorinhos:
Nossa Senhora: Quando rezardes o terço, dizei
depois de cada mistério: Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do
inferno, levai as almas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais
precisarem”.
Lúcia: “Vossemecê não me quer mais nada? “
Nossa Senhora: Não,
hoje não te quero mais nada”. E, como de costume, Nossa Senhora começou a
elevar-se até desaparecer no céu. Ouviu-se, então, uma espécie de novo trovão,
indicando que a aparição tinha terminado.
Quarta aparição de Nossa Senhora de Fátima
13 de agosto de 1917
Lúcia estava com Francisco e mais um primo, no local chamado
Valinhos – uma propriedade de um de seus tios – quando, pelas 4 horas da tarde,
começaram a se produzir as alterações atmosféricas que precediam as aparições
de Nossa Senhora na Cova da Iria. Ou seja, um súbito refrescar da temperatura e
uma diminuição da luz do sol. Lúcia, sentindo que alguma coisa de sobrenatural
se aproximava e os envolvia, mandou chamar às pressas Jacinta, a qual chegou em
tempo para ver Nossa Senhora que – anunciada, como das outras vezes, por um
reflexo de luz – apareceu sobre a árvore chamada azinheira, um pouco maior que
a da Cova da Iria, onde tinham-se dado as aparições anteriores. Lúcia pergunta
a Nossa Senhora:
Lúcia: “Que é que Vossemecê me quer?”
Nossa Senhora: “Quero
que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13, e que continueis a rezar o terço
todos os dias. No último mês farei o milagre para que todos acreditem”.
Lúcia:
“Que é que Vossemecê quer que se faça do dinheiro que o povo deixa na Cova da
Iria?”
Nossa Senhora: “Façam dois andores. Um, leva-o tu com a Jacinta, e mais
duas meninas vestidas de branco. O outro, que o leve o Francisco com mais três
meninos. O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário, e o
que sobrar, é para a ajuda de uma capela que hão de mandar fazer”.
Lúcia:
“Queria pedir-Lhe a cura de alguns doentes”.
Nossa Senhora: “Sim, alguns
curarei durante o ano” E, tomando um aspecto mais triste, recomendou-lhes que
rezassem muito pelos pecadores: Nossa Senhora: “Rezai, rezai muito, e fazei
sacrifícios pelos pecadores; que vão muitas almas para o inferno por não haver
quem se sacrifique e peça por elas”. E, como de costume começou a elevar-se até
desaparecer. Os pastorinhos cortaram ramos da árvore sobre a qual Nossa Senhora
lhes tinha aparecido e levaram para casa, os ramos exalavam um perfume suave.
Quinta aparição de Nossa Senhora de Fátima
13 de setembro de 1917
Como
das outras vezes uma série de fenômenos atmosféricos foram observados pelas
pessoas que tinham ido à Cova da Iria. Calculou-se que estavam presentes entre
15 e 20 mil pessoas. O súbito refrescar da atmosfera, o empalidecer do sol até
o ponto de se verem as estrelas, uma espécie de chuva como que de pétalas ou
flocos de neve, que desapareciam antes de pousarem na terra. E desta vez, foi
notado um globo luminoso, que se movia, lenta e majestosamente pelo céu de um
lado para outro. E que, no final da aparição, moveu-se em sentido contrário. Os
três pastorinhos notaram, como de costume, o reflexo de uma luz e, a seguir,
viram Nossa Senhora sobre a azinheira.
Nossa Senhora: “Continuem a rezar o
Terço para alcançarem o fim da guerra. Em Outubro virá também Nosso Senhor,
Nossa Senhora das Dores e do Carmo, São José com o Menino Jesus, para
abençoarem o mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer
que durmais com a corda, trazei-a só durante o dia”.
Lúcia: “Têm-me pedido para
Lhe pedir muitas coisas: cura de alguns doentes, de um surdo-mudo”
Nossa
Senhora: “Sim, alguns curarei, outros não. Em Outubro farei um milagre para que
todos acreditem. E, começando a elevar-se, desapareceu como de costume.
Sexta aparição de Nossa Senhora de Fátima
13 de outubro de 1917
Uma
grande multidão rezava o Terço na Cova da Iria. Os três pastorinhos notaram o
reflexo de uma luz e, em seguida, viram Nossa Senhora sobre a azinheira.
Lúcia:
“Que É que Vossemecê me quer?
Nossa Senhora: “Quero dizer-te que em Minha honra,
que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o Terço todos os
dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas”
Lúcia: “Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir. Se curava uns doentes e se
convertia uns pecadores...
Nossa Senhora: “Uns sim, outros não. É preciso que
se emendem, que peçam perdão dos seus pecados”. E, tomando um aspecto mais
triste, disse: Nossa Senhora: “Não ofendam mais a DEUS Nosso Senhor, que já
está muito ofendido”. Em seguida, Nossa Senhora abrindo as mãos fez que elas se
refletissem no sol, e começou a se elevar para o Céu. Nesse momento, Lúcia
apontou para o céu e gritou: Lúcia: “Olhem para o sol!” A multidão assistiu,
então, ao grande milagre do sol. Enquanto isso, os pastorinhos viram São José
com o Menino Jesus, e Nossa Senhora do Rosário. Era a Sagrada Família. A Virgem
estava vestida de branco, com um manto azul. São José também estava vestido de
branco, e o Menino Jesus de vermelho claro. São José abençoou a multidão,
traçando três vezes o Sinal da Cruz. O Menino Jesus fez o mesmo. Lúcia então,
teve a visão de Nossa Senhora das Dores, e de Nosso Senhor, acabrunhado de dor,
no caminho do Calvário. Nosso Senhor traçou um Sinal da Cruz para abençoar o
povo. Finalmente apareceu, numa visão gloriosa, Nossa Senhora do Carmo, coroada
Rainha do Céu e da Terra, com o Menino Jesus ao colo. Enquanto os pastorinhos
tinham essa visão, a grande multidão de quase 70 mil pessoas, assistiu ao
milagre do sol. Tinha chovido durante toda a aparição. Mas, no momento em que a
Santíssima Virgem desaparecia, e que Lúcia gritou “olhem para o sol!”, as
nuvens se entreabriram, deixando ver o sol como um imenso disco de prata.
Brilhava com intensidade jamais vista, mas não cegava. A imensa bola começou a
“bailar”. Como uma gigantesca roda de fogo, girava rapidamente. Parou por um
certo tempo, mas, em seguida, começou a girar sobre si mesmo, vertiginosamente.
Depois, seus bordos tornaram-se vermelhos, e deslizou no céu, como um
redemoinho, espargindo chamas de fogo. Essa luz refletia-se no solo, nas
árvores, nos arbustos, nas próprias faces das pessoas e nas roupas, tomando
tonalidades brilhantes e diferentes cores. Em seguida, por três vezes ficou
animado de um movimento rápido. O globo de fogo pareceu tremer, sacudir-se e
precipitar-se em ziguezague sobre a multidão aterrorizada. Durou tudo uns dez
minutos. Finalmente o sol voltou em ziguezague para o ponto de onde se tinha
precipitado, e ficou novamente tranquilo e brilhante, com o mesmo brilho de
todos os dias. Muitas pessoas notaram que suas roupas, ensopadas pela chuva,
tinham secado subitamente. O milagre do sol foi visto, também, por numerosas
testemunhas que estavam fora do local das aparições, até a 40 quilômetros de
distância. O jornal “o século” de grande circulação em Portugal, documentou
esse espetacular milagre do sol, e publicou uma grande reportagem sobre esse
impressionante acontecimento. fonte: devotosdefatima.org.br
Origem da devoção à Virgem Maria
A
Igreja sempre viu a mãe de Jesus Cristo como Mãe da própria Igreja, ou foi isso
uma invenção posterior? Desde quando Maria é vista como nossa intercessora
junto a Deus? Desde quando a Igreja pede proteção à Maria? Para aqueles que
leem exclusivamente a Bíblia, estas são perguntas válidas e justas; afinal, as sagradas
Escrituras não tratam destas questões explicitamente. O erro fundamental
Infelizmente, é preciso começar a responder os questionamentos trazidos pelos
não católicos com o esclarecimento daquele ponto fundamental que já tivemos que
repetir uma dúzia de vezes (ou mais?) por aqui: quando se afirma que "quem
lê a Bíblia não cai", isto é, não aceita as explicações contidas neste
site, – que não são nossas, mas representam a doutrina da Igreja Católica, –
fica claro que as perguntas estão partindo de alguém que segue "a religião
do Livro". As dificuldades começam logo de cara pelo fato de nós,
católicos, seguirmos a Religião do Espírito Santo, que foi derramado sobre a
Igreja por nosso Salvador Jesus Cristo. Há dois mil anos, o Senhor Jesus, glorificado
pelo Espírito Santo, entrou no Cenáculo de Jerusalém e derramou o Espírito da
Ressurreição sobre a sua Igreja, na pessoa dos Apóstolos: “A paz esteja
convosco! Recebei o Espírito Santo!” (Jo 20,19ss). No Domingo da Páscoa, os
Apóstolos tornaram-se realmente cristãos; receberam a vida nova do Cristo
Ressuscitado, foram transfigurados em Cristo! Aí nasceu a Igreja: na
Ressurreição! Aí ela foi batizada no Espírito e recebeu o poder de batizar:
“Como o Pai me enviou, assim eu vos envio!” (Jo 20,21). – Contemplando esta
realidade sagrada é que se torna nítida a enorme diferença entre as pessoas que
têm uma fé toda engessada, presa às palavras literais do Livro Sagrado, e os
membros do Corpo do Cristo. Segundo aquela mentalidade limitada, só o que está
escrito no livro, literalmente, "pode". O que não estiver escrito no
livro, literalmente, "não pode". Isto é querer reduzir o Caminho de
salvação e Comunhão (que é o próprio Cristo) a uma triste piada. O cristianismo
nunca foi religião do Livro. Nós, católicos, temos a Bíblia como sagrada e
cremos que ela é Palavra de Deus, sim, a Palavra por escrito. Mas cremos
sobretudo que a Palavra, o Verbo de Deus, por excelência, é Jesus Cristo, Deus
Vivo, Senhor Ressuscitado, que não se limita à letra, assim como as Sagradas Escrituras
nos ensinam que "nem o mundo todo poderia conter os livros que teriam que
ser escritos para falar sobre Jesus" (Jo 21,25). Amém! A mesma Verdade o
Apóstolo São Paulo esclarece e aprofunda à perfeição, ao dizer: "Deus nos
fez ministros de um Novo Testamento, não da letra, mas do Espírito; porque a
letra mata e o Espírito vivifica" (2Cor 3,6). É claro que o Apóstolo não
afirma que a Escritura é morta ou que não tem valor. Ao contrário, a Escritura
"é útil para ensinar, repreender, corrigir, para instruir em justiça"
(2Tm 3,16). O problema começa quando achamos que exclusivamente o que está
escrito é que vale. Perdemo-nos no Caminho quando achamos o que está escrito
mais importante do que a Igreja, que é dirigida pelo Espírito de Deus e autora
da própria Bíblia. As tradições meramente humanas, como as dos antigos fariseus
e doutores da Lei de Moisés, foram substituídas pela Tradição da Igreja:
Tradição esta que gerou a própria Bíblia dos cristãos. Portanto, a autoridade
de fé sobre a doutrina de Jesus Cristo está fundamentada na Igreja que Ele
edificou sobre a Terra, e não somente na Bíblia Sagrada, que foi produzida,
preservada e deve ser interpretada segundo a mesma Igreja. Estando claros esses
pontos fundamentais, entremos, afinal, na questão da devoção à Nossa Senhora.
Pois muitas acusações creem que a devoção à Virgem Maria começou depois de
Constantino, ou que foi Constantino quem a "inventou"... Por isso,
sempre é pedida alguma prova de que a Igreja que existia antes de Constantino
já cultivava tal devoção. Muito bem, vejamos...
A
origem está nos Evangelhos A devoção à Santíssima Virgem Maria começou com o
próprio cristianismo. Naquela singelíssima casa de Nazaré, há dois milênios,
encontramos o Anjo Gabriel, enviado por Deus, saudando Maria! “Salve, ó cheia
de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28). Com estas palavras, vindas
diretamente do Céu, começou a devoção mariana. Quem pode negar a evidência
deste fato? "Desde agora, todas as gerações me proclamarão
Bem-aventurada!" (Lc 1,48). No Evangelho, Maria faz uma profecia que a
Igreja Católica sempre cumpriu, mas as novas "igrejas evangélicas"
fazem muita questão de renegar. Maria, cheia do Espírito Santo e grávida do
próprio Jesus Cristo, profetiza que será aclamada bem-aventurada por todas as
gerações. Já os "pastores evangélicos" a chamam "uma mulher como
outra qualquer". Quando Maria, única guardiã do anúncio do Anjo, visita
Isabel, depois da longa viagem da Galileia até a Judeia, ao ouvir a saudação de
Maria, a mãe de João Batista percebe que o menino salta de alegria dentro dela,
enquanto o Espírito Santo atravessa sua alma e lhe sugere estas palavras:
“Bendita és tu entre as mulheres! Bendito é o fruto do teu ventre! Donde me vem
a honra de que venha a mim a mãe do meu Senhor?” (Lc 1,42-45). Quem ousa dizer
que isso não é a mais pura devoção mariana, registrada no Evangelho? Pois é
exatamente o que nós, católicos, pensamos e dizemos de Maria, até hoje. Vamos à
narração do Natal do Senhor. Diz o Evangelho segundo S. Lucas: “Quando os anjos
se afastaram deles em direção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros:
'Vamos a Belém ver o que aconteceu e o que o Senhor nos deu a conhecer'. Foram
apressadamente e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura” (Lc
2,15-16). É claro que os pastores, após terem se ajoelhado diante do Menino,
devem ter lançado um olhar àquela mãe especialíssima, e podem muito bem ter
exclamado: “Bem-aventurada és tu, mãe deste Menino!". Bem, isso seria uma
pura expressão de devoção mariana, e que não teria nada absolutamente a ver com
idolatria. Passemos a S. Mateus evangelista, que para narrar a chegada dos
Magos a Belém usou estas palavras: “E a estrela que tinham visto no Oriente ia
adiante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o Menino, parou. Ao ver a
estrela, sentiram imensa alegria; e, entrando na casa, viram o Menino com
Maria, sua mãe. Prostrando-se, adoraram-no (Mt 2,9-11)”. Podemos imaginar a
emoção dos magos, os quais, após uma longa e aventurosa viagem, tiveram a
alegria de ver o Salvador tão esperado. Porém, não nos afastamos da verdade dos
fatos e nem nos aproximamos da idolatria se imaginarmos que eles, depois da
adoração do Menino, tenham olhado Maria cheios de respeito e admiração: a que
mulher poderia ser concedida tamanha graça, de gerar e ser mãe do próprio Deus?
Simples: assim é a devoção mariana, percebida claramente nas entrelinhas dos
Evangelhos de Nosso Senhor. Nas passagem das bodas de Caná, vemos que o Senhor
"adiantou a sua hora", – em suas próprias palavras, – especialmente
por um pedido de sua mãe, que intercedeu por aqueles noivos. Depois do primeiro
milagre de Jesus, os servos, que acompanharam os fatos, podem muito bem ter
pedido à Maria, dizendo-lhe: “Jesus te escuta, e até adiantou a sua hora por um
pedido teu! Pede a Ele uma bênção para nossas famílias!”... Seria isto algum
absurdo? Não. Mais um exemplo do que é a devoção mariana. Também aqueles noivos
certamente devem ter agradecido à intervenção de Maria, afinal, foi a
intervenção (intercessão) dela que salvou a festa deles. Claro que o
agradecimento principal seria ao próprio Jesus, afinal foi Ele quem tornou a
água em vinho. Mas, se Maria não tivesse pedido pelos noivos, Ele não o teria
feito, e o Evangelho é muito claro nesse sentido. Assim é que começa a devoção
mariana. E continua, pelos séculos, sem interrupção. A verdade histórica é:
Maria, a partir das palavras pronunciadas pelo Anjo Gabriel (que eram as
palavras do próprio Deus para ela, afinal o arcanjo é Mensageiro do Criador),
foi imediatamente vista com especial admiração, com grande carinho e
reverência. E logo sua intercessão foi invocada, pelo motivo óbvio: seu
particularíssimo e incomparável vínculo com o Cristo, – o vínculo da
maternidade! – Logo, é evidente que quando recorrermos à Maria para pedir algum
favor, não nos encontramos fora do contexto do Evangelho, mas totalmente dentro
dele. Sei que aqui alguns questionarão dizendo que Maria não se encontra mais
entre nós, e que isso faz toda a diferença. Segundo estes, não é a mesma coisa
pedir a oração de um irmão que está ao nosso lado, aqui e agora, e a um santo
que morreu há muito tempo, ainda que esta santa, no caso, seja a própria mãe do
Senhor. Bem, nós já tratamos deste assunto específico, e você pode ler e
comprovar (também biblicamente) que os santos no Céu estão mais vivos do que
nós, aqui na Terra, e permanecem em íntima união com Deus. Haja vista o relato
encontrado sobre essa realidade no livro do apocalipse.
Primeira
representação conhecida da Virgem Maria - (Catacumbas de Santa Priscilla -
século II) Outras provas: História e Arqueologia A partir daqui, passamos da
demonstração teológica e da fundamentação bíblica para a apresentação das
provas históricas, arqueológicas e documentais. Provas históricas da devoção à
Virgem Maria, além da própria Bíblia Sagrada, como acabamos de ver, remontam ao
início da Igreja, e são muitas. A Mãe do Senhor foi honrada e venerada como Mãe
da Igreja desde o início do cristianismo. Já nos primeiros séculos, a devoção
está presente e pode ser reconhecida, por exemplo, nas evidências arqueológicas
das catacumbas, que demonstram a veneração que os primeiros cristãos tinham
para com a Santíssima Virgem. Tal é o caso de pinturas marianas das catacumbas
de Priscila, do século II, local onde os primeiros cristãos se reuniam, ocultos
aos romanos: um deles mostra a Virgem com o Menino Jesus ao peito e um profeta,
identificado como Isaías, ao seu lado. Nas catacumbas de S. Pedro e S.
Marcelino também se encontra pintura do século III/IV, que mostra Maria entre
Pedro e Paulo, com as mãos estendidas em oração. Outro magnífico exemplo da
devoção à Santíssima Virgem nos primórdios do Cristianismo é a oração "Sub
Tuum Praesidium" (Sob Vossa Proteção) do século III, que pede a
intercessão de Maria junto a Jesus Cristo: “Sub tuum praesidium confugimus,
sancta Dei Genetrix; nostras deprecationes ne despicias in necessitatibus
nostris, sed a periculis cunctis libera nos semper, Virgo gloriosa et
benedicta. Amen." Tradução: “À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de
Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades; mas livrai-nos
sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita. Amém" Segundo
linguistas, esta versão latina, embora comumente usada já no século III,
afasta-se um pouco do original. Com efeito, confrontando o papiro encontrado em
1927 no deserto egípcio com o texto da oração em uso na antiquíssima liturgia
copta, encontramos a versão cuja tradução literal segue abaixo: "Sob a
proteção da tua misericórdia nos refugiamos, Mãe de Deus; não rejeites as súplicas
nas dificuldades, mas salva-nos do perigo, única bendita. Amém." Os Padres
do século IV elogiam de muitos modos a Mãe de Deus. Epifânio refutou o erro de
uma seita árabe que tributava idolatria à Maria: depois de rejeitar tal culto,
ele escreveu: "Sejam honestos para com Maria! Seja adorado somente o
Senhor!". A mesma distinção vemos em Santo Ambrósio, que, depois de
exaltar a "Mãe de todas as virgens", esclarece com grande propriedade
que "Maria é templo de Deus, e não o Deus do templo"; em outras
palavras, para prestar sua legítima devoção mariana, livre de enganos, ele
distinguiu o lugar devido ao Deus Altíssimo e o lugar da Virgem Maria. Na
Liturgia Eucarística também constam dados confiáveis que demonstram que a
menção à Maria nas Orações remonta ao ano 225, e também nas antiquíssimas
festas do Senhor, da Encarnação, da Natividade e da Epifania: todas
homenageavam a Mãe do Senhor e da Igreja. O testemunho dos primeiros
presbíteros O primeiro registro escrito da Patrística de que dispomos sobre
Maria é o de Santo Inácio de Antioquia (bispo entre os anos 68 e 107 dC).
Combatendo os docetistas, defende a realidade humana de Cristo para dizer que
pertence à linhagem de Davi, verdadeiramente nascido da Virgem Maria. Afirmando
que Cristo foi "concebido em Maria e nascido de Maria", e que a sua
virgindade pertence a "um Mistério escondido no Silêncio de Deus".
São Justino (martirizado no ano 167) refletiu sobre o paralelismo entre Eva e
Maria: "Se por uma mulher, Eva, entrou no mundo o pecado, por uma mulher,
Maria, veio ao mundo o Salvador". A teologia mariana é um tema constante
dos primeiros presbíteros da Igreja. Santo Irineu de Lyon (nascido no ano 130),
em uma polêmica contra os gnósticos e docetistas, salienta a geração de Cristo
no ventre de Maria. Também da maternidade divina lança as bases da sua
cristologia: é da natureza humana, assumida pelo Filho de Deus no ventre de
Maria, que torna possível a morte redentora de Jesus chegar a toda a
humanidade. Também digno de nota é sua abordagem sobre o papel maternal de
Maria em relação ao novo Adão, em cooperação com o Redentor. No Norte de
África, Tertuliano (nasc. aprox.: ano 155), em sua controvérsia com o gnóstico
Marcião, afirma que Maria é a Mãe de Cristo, – portanto Mãe de Deus, – pois o
Senhor foi concebido em seu ventre virginal. No século III começou a ser usado
o título Theotokos (Mãe de Deus). Orígenes (185-254 dC) é a primeira testemunha
conhecida deste título. Em seus escritos aparece, pela primeira vez, a sentença
Sub tuum praesidium, que, como dito acima, é um apelo à intercessão da Virgem
Maria. Órígenes também define Maria como "modelo" e "auxílio dos
cristãos". Já no século IV o mesmo título é usado na profissão de fé de
Alexandre de Alexandria contra Ário. A partir daí, muitos e muitos presbíteros
explicaram a dimensão teológica desta verdade. - Efrém, Atanásio, Basílio,
Gregório Nazianzeno, Gregório de Nissa, Ambrósio, Agostinho, Proclo de
Constantinopla, etc... A tal ponto que o título "Mãe de Deus"
torna-se o mais utilizado quando se fala da Santíssima Virgem. Obviamente,
"Mãe de Deus" não implica que Maria é "deusa", e sim que
Jesus Cristo, seu filho, é a um só tempo plenamente homem e plenamente Deus. Se
Jesus é Deus, e Maria sua mãe, ela é e será sempre a mais agraciada entre todas
as mulheres, pois foi – e é, na perspectiva da eternidade onde se encontra, – a
Mãe de Deus e, portanto, de toda a Igreja de Cristo. Assim como nada nos separa
do amor de Cristo, conforme nos recorda São Paulo em suas cartas, pois depois
da morte continuamos pelo batismo filhos de Deus e membros da sua igreja, ou
seja, a morte não transforma essa graça recebida. Da mesma maneira Maria que
cheia de graça, recebeu por Deus ser filha de Jesus e Jesus nos ensina que quem
vê a Ele, vê o Pai, porque Ele e o Pai são um, portanto, Maria é Mãe de Deus e
após a morte continua sendo, pois Deus, infinito amor nos quer como filhos e
não como escravos, que servimos ao seus propósitos e depois somos descartados.
Muitos não católicos defendem essa tese, a tese de um deus que precisou de
Maria para executar seu plano de salvação e depois pronto, descartou-a pois a
tinha como uma simples mulher. Como estes vão se explicar para Jesus, justo
juiz que nos ensina que quem não está com Ele, está contra Ele? Maria é membro
da igreja e o mandamento dado por Jesus de honrar pai e mãe não existiria se
nosso Salvador agisse como os fariseus, que imputavam pesados fardos aos outros
apenas. "Meu jugo é leve e meu fardo é suave, aprendei de mim que sou
manso e humilde de coração". Ofendermos alguém é pecado, ofendermos ainda
que um inimigo também é reprovado por Jesus. Ofendermos então a mãe de alguém
tem grande gravidade, e o que dizer das ofensas contra Maria a Mãe de Deus?
Estas são as obras que muitos apresentarão diante do Senhor no dia do juízo. A
nós católicos resta orar e repetir as palavras do mestre: "Pai,
perdoa-lhes porque não sabem o que fazem". E ainda completo com um pedido
à Maria: "converte Mãe querida os corações dos pecadores que tanto Te
ofendem e ao Teu Filho Jesus, amém! fonte: o fiel católico e o autor do site
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